Especialistas reforçam a importância de combater preconceitos e garantir inclusão
O Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, destaca a importância da inclusão e da quebra de estereótipos que ainda cercam as pessoas com a síndrome. Com o tema "Chega de Rótulos", a data busca conscientizar a sociedade sobre a necessidade de enxergar essas pessoas além das limitações impostas pelo preconceito.
A pediatra Dra. Anna Bohn, pós-graduada em Síndrome de Down pelo CEPEC (Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas) da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), alerta para os impactos negativos dos estigmas. "Rótulos reduzem o indivíduo a uma característica e, geralmente, escondem algum preconceito. Eles podem ser positivos, negativos ou neutros, mas sempre limitam a pessoa", explica a especialista.
Entre os estereótipos mais prejudiciais, a médica aponta a infantilização, a negação da autonomia e a hipersexualização. Segundo ela, tratar essas pessoas como "anjos" ou "eternas crianças" pode impedir seu desenvolvimento e torná-las mais vulneráveis a abusos. Já a falta de diálogo sobre sexualidade pode levar a comportamentos inadequados ou à falta de compreensão sobre consentimento.
Outro equívoco comum é presumir que pessoas com Síndrome de Down são incapazes de expressar suas vontades. "É frequente que médicos se dirijam apenas aos familiares, ignorando o próprio paciente. Esse tipo de atitude reforça a exclusão e dificulta o acesso a um atendimento humanizado", destaca a Dra. Anna.
A quebra desses estereótipos é essencial para garantir que pessoas com Síndrome de Down tenham acesso a direitos, oportunidades e qualidade de vida. Marcelo Nadur Vasconcelos, autor do livro Síndrome de Down – Relato de um pai apaixonado, reforça essa necessidade. "Este é um dia de luta e reconhecimento. Meu filho Rafael é a prova de que inclusão e respeito à diversidade são fundamentais para uma sociedade mais justa", afirma.
A data, reconhecida pela ONU desde 2012, é uma oportunidade para que a sociedade reflita sobre o impacto dos rótulos e busque formas de promover a verdadeira inclusão.
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