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PSDB pretende expulsar
Michels e Márcio da sigla
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/09/2011 | 07:05
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A votação que garantiu o acréscimo no número de vereadores de Diadema - de 17 para 21, a partir de 2013 - escancarou racha no PSDB. Os tucanos Lauro Michels e Márcio Giudicio, o Márcio da Farmácia, desobedeceram a orientação da executiva estadual - que pedira aos parlamentares para brigarem pela manutenção de vagas nas Câmaras - e serão levados à Comissão de Ética do partido. Ambos podem ser expulsos.

O presidente da sigla na cidade, vereador José Francisco Dourado, mostrou descontentamento com a postura da dupla. Defensor do aumento de 17 para 23 parlamentares, Dourado se absteve da votação de ontem para "não desrespeitar" a diretriz paulista. "Sou um cara partidário", justificou o tucano, que ontem mesmo fez relatório sobre o posicionamento dos correligionários. O processo deverá ser julgado já na semana que vem.

Michels, que iniciou campanha pela manutenção dos 17 vereadores - assim como sugerira a estadual -, recuou durante a sessão. Afirmou que não poderia questionar parecer jurídico do Ministério Público, que em consulta feita pela Câmara de Taubaté delimitou a quantidade de vereadores por cidade. O MP informou que Diadema necessitaria de ter entre 21 e 23 representantes. "Não posso ir contra o que rege a Constituição Federal." Sobre a possível expulsão, disse não temer represália. Márcio fez coro ao colega tucano.

Apoiadores de Michels comemoraram o provável banimento do tucano. Se for expulso, o parlamentar terá mais chance de continuar com sua cadeira caso troque o PSDB pelo PV para lançar candidatura própria à Prefeitura. Poderá alegar que sua vontade era se manter no ninho tucano. Se saísse por acordo com a direção municipal, Michels corria risco de o Ministério Público exigir a posse do suplente por desrespeito à lei de fidelidade partidária.

Apesar do clima tenso no PSDB, a votação foi tranquila na Casa. Reunião organizada horas antes da sessão definiu que seria avalizada a proposta da presidência da Câmara de criação de quatro cadeiras e não seis vagas, como queria a maioria dos partidos políticos. O presidente do Legislativo, Laércio Soares (PCdoB), reforçou discurso feito aos mandatários de siglas da cidade de que, com 21 vereadores, a Câmara trabalhará no limite financeiro: R$ 25 milhões de despesa para uma receita de pouco mais de R$ 25 milhões.

O item foi aprovado por todos os parlamentares - exceção feita a Dourado, que se ausentou do plenário na hora da apreciação do texto. "Todos entenderam que não poderíamos manter o número de vereador e viram que não teríamos condições de bancar 23 vereadores", comemorou Laércio.

A segunda votação da criação de cadeiras será realizada no dia 22.

 

Fim da reeleição à presidência do Legislativo é postergado

 

O fim da reeleição à presidência da Câmara de Diadema, que integraria a pauta de discussões dos vereadores, não foi analisado pela Casa. O texto, que está longe de consenso no Legislativo, não tem prazo para entrar na lista de prioridades dos parlamentares.

O projeto é de autoria do presidente Laércio Soares (PCdoB) e prevê que a medida seja adotada na próxima legislatura. O comunista disse que, devido às discussões para criação de cadeiras na Casa, optou por postergar o debate. "Mas acho que até o fim do ano teremos avançado", assegurou.

O item é resposta clara ao PT. O partido do prefeito Mário Reali comandou o Legislativo durante dez anos consecutivos - dois mandatos com Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (2001-2002 e 2009-2010), e três com Marco Antonio Ernandez, o Marquinhos (entre 2003 e 2008). A hegemonia só foi quebrada na eleição do ano passado. Laércio articulou com PSDB, PSB, PSC, PTB e PRB e derrubou candidatura de Maninho, apoiada pela administração.

Justamente o PT é o principal crítico do fim da reeleição ao comando da Casa. Petistas entendem que a alternância de poder na Câmara pode ser feita por meio de acordos e que não há necessidade de regulamentação da proibição. Os demais parlamentares se mostraram favoráveis à intenção de Laércio.

 

REAJUSTE SALARIAL

A Câmara aprovou por unanimidade o reajuste salarial de 12,46% fracionados que a Prefeitura dará ao funcionalismo. A remuneração foi fruto de ampla discussão entre o governo e o Sindicato dos Servidores Públicos. Divergência sobre valores resultou em greve de 23 dias - maior paralisação da história de Diadema.

A primeira parcela da readequação - de 4% - será quitada em dezembro. As demais - de 2% cada - serão pagas em março, agosto, setembro e novembro do ano que vem. A última fração está condicionada à disponibilidade financeira do Paço. O abono salarial será de R$ 400, que será depositado ainda neste mês. Haverá aumento também do vale alimentação.




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