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Médicos protestam no Rio
Do Diário do Grande ABC
21/01/1999 | 17:08
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Médicos residentes do Hospital Universitário Antônio Pedro, em Niterói, no Grande Rio, fizeram nesta quinta-feira um protesto contra a falta de medicamentos e as más condiçoes de trabalho. Segundo eles, os estoques de antibióticos, remédios cardiológicos, soro fisiológico e até seringas descartáveis acabaram, o que estaria inviabilizando o funcionamento normal da unidade. Pelo menos 30% dos leitos (de um total de 400) estao vazios porque nao há condiçoes de receber novos pacientes.

Segundo o diretor médico do hospital, Sérgio Moreira, a crise atual é decorrente do fato de o Ministério da Saúde ter proibido a compra de material no mês de novembro. "A autorizaçao para compras em dezembro só chegou nas vésperas do Natal, quando boa parte dos laboratórios estava fechada", explicou Moreira. "Nao pudemos comprar quase nada". O diretor médico garantiu, no entanto, que já autorizou as compras deste mês e que até segunda-feira o problema deverá estar resolvido. O hospital só continuou funcionando porque contou com doaçoes, explicou.

A Secretaria Municipal de Saúde enviou ao Antônio Pedro seringas e outros materiais para que o atendimento nao fosse totalmente inviabilizado. "Estamos atendendo dentro das nossas possibilidades", disse Moreira. "Mas nao vamos receber um paciente sem condiçoes e lhe dar a falsa impressao de que está sendo cuidado".

Os pacientes que nao podem ser atendidos estao sendo encaminhados a outras unidades. Para o médico residente Luis Malta, a situaçao é precária. "O que pudermos fazer vamos continuar fazendo, mas nao é o ideal", afirmou. "Acho difícil que a situaçao esteja normalizada até segunda-feira", disse outro residente, Rodrigo Melo. Os médicos residentes deram um abraço simbólico no hospital.

A situaçao também é precária no Hospital Escola Sao Francisco de Assis, no centro, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo a diretora do hospital, Sônia Carvalhal, o Sao Francisco de Assis deixou de receber durante o ano passado R$ 904 mil em repasses do Sistema Unico de Saúde (SUS).

"Chegamos a pensar em cobrar pelos serviços, mas resolvemos aguardar mais um pouco", afirmou Sônia, lembrando que uma portaria assinada dia 11 garante o repasse do total de gastos do SUS.




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