Após convencer vereadores sobre importância de o município reintegrar colegiado, prefeito encaminhará texto à Câmara na semana que vem
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O prefeito Tite Campanella (PL) vai encaminhar à Câmara, para ser lido já na sessão da próxima terça-feira (18), projeto de lei propondo o retorno de São Caetano ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. O liberal tomou a decisão depois de conversar com vereadores próximos e sentir que há clima para a aprovação da proposta. A informação foi confirmada pelo Diário com fontes a par do assunto.
São Caetano saiu do colegiado em 2023, por decisão do então prefeito José Auricchio Júnior (PSD). Na época, o chefe do Executivo justificou a decisão argumentando que a entidade não dava “retorno” para a cidade. Na verdade, a medida foi tomada porque ele não concordou com a eleição de Marcelo Oliveira (PT), de Mauá, para a presidência.
Tite não quis fazer comentários sobre o assunto, ontem, mas desde que tomou posse, em 1º de janeiro, vem fazendo gestos que permitem concluir que pretende rever a posição de Auricchio. O prefeito de São Caetano participa de todas as atividades do colegiado e confirmou presença na sessão ordinária desta sexta-feira, quando o grupo deve recepcionar o prefeito da Capital, Ricardo Nunes (MDB).
Entusiasta de organismos multilaterais, Tite começou, nas últimas semanas, a dialogar com vereadores aliados sobre o retorno da cidade ao Consórcio. Convencido da importância da entidade, o prefeito passou a sondar os vereadores sobre a volta do município ao colegiado. O resultado das conversas animou o chefe do Executivo, já que nenhum dos interlocutores se colocou contrário à ideia.
No encontro com os vereadores, Tite expôs seu ponto de vista sobre a importância de São Caetano ter assento à mesa de entidade que discute problemas comuns às sete cidades e tenha legitimidade para representar a região nas esferas governamentais superiores e também em instituições, como, por exemplo, bancos internacionais de fomento.
A cautela e a diplomacia de Tite para abordar o tema com os legisladores têm explicação. Boa parte dos nomes que compõem a Câmara é formada por vereadores que, dois anos atrás, votaram para a cidade sair do Consórcio, ecoando a vontade de Auricchio, para quem o colegiado só dava gastos ao erário.
Uma das fontes ouvidas pela reportagem do jornal para apurar o assunto definiu como “retornos excepcionais” os resultados das conversas de Tite com os vereadores. Baseado nisso, o prefeito já determinou à sua assessoria técnica que prepare o texto do projeto a ser encaminhado ao presidente da Câmara, Carlos Humberto Seraphim (PL), no início da semana que vem. A ideia do Executivo é que a proposta seja lida na sessão de terça-feira e votada em reunião extraordinária a ser convocada para a quinta-feira (20).
Tite Campanella também determinou a auxiliares que entrem em contato com o Consórcio para saber exatamente qual a dívida que o município tem com a entidade. Segundo informações confirmadas pelo jornal junto ao colegiado, o débito da cidade é de R$ 999,2 mil, relativos ao não pagamento do rateio em 2023 pela administração Auricchio.
Com São Caetano, o Consórcio voltará a se unificar. São Bernardo, que também tinha saído em 2023, por vontade do então prefeito Orlando Morando (sem partido), retornou no início deste ano. A elaboração do projeto de lei, aprovado pelos vereadores em sessão extraordinária de 3 de janeiro, foi uma das primeiras medidas do atual chefe do Executivo, Marcelo Lima (Podemos), que preside a entidade.
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