Setecidades Titulo Ligações irregulares
Prisões por furto de energia crescem 31% no Grande ABC

No ano passado, 54 pessoas foram detidas na região ante 41 em 2023; estabelecimentos comerciais representam 81% do total dos ‘gatos’

Thainá Lana
08/02/2025 | 15:21
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Denis Maciel/DGABC


 O número de prisões em flagrante por furto de energia cresceu 31% no Grande ABC em 2024. No total, 54 pessoas foram detidas na região, enquanto em 2023 foram 41 indivíduos, segundo balanço divulgado pela Enel. Em toda a área de concessão, que contempla 24 municípios da Região Metropolitana, a companhia registrou 363 prisões no ano passado, alta de 65,7% em comparação com o ano anterior, quando foram contabilizadas 219 detenções. 

Diadema (2°) e São Bernardo (3°) estão entre as cinco cidades da Grande São Paulo com maior número de pessoas presas pela prática ilegal, com 19 e 18, respectivamente. Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não contabilizaram prisões nos últimos dois anos analisados pelo levantamento. A Capital concentra mais da metade (80%) das ocorrências, com 293 presas em 2024 pelo furto de energia. (Veja dados por município na tabela abaixo)

Com base no artigo 155 do Código Penal, o furto de energia, popularmente conhecido como ‘gato’, é considerado crime com pena prevista de um a até quatro anos de reclusão, além de multa, dependendo da gravidade do caso. A prática criminosa é caracterizada pelo desvio de energia elétrica antes de passar pela medição de consumo, por meio de ligações clandestinas, como fiação direta do poste ou adulteração do medidor de energia. 

De acordo com o levantamento da Enel, 81% do total de ocorrências de ligação irregular registradas em 2024 no Grande ABC foram em estabelecimentos comerciais. Instalações industriais e residências representam 9,2% do furto de energia. Nos sete municípios da região, são contabilizados 1,2 milhão de ligações de energia, enquanto na Região Metropolitana são 8,2 milhões. 

No ano passado, a companhia informou que realizou 54 operações de combate à ligação irregular na região, enquanto em 2023 foram 48 ações, alta de 12%. Segundo a companhia, as fiscalizações são realizadas por equipes técnicas da Enel, formadas por eletricistas especializados na atuação contra as perdas de energia. Caso a suspeita de furto de energia seja confirmada, a Polícia Civil é acionada. 

“Além de ser crime, as ligações irregulares contribuem para a piora na qualidade do serviço prestado, prejudicando todos os consumidores da concessionária, com maior número de interrupções e, por vezes, dificultando o retorno da energia elétrica”, informou a Enel. 

A SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que a Polícia Civil atua no combate ao furto de energia elétrica tanto em situações de flagrante quanto em investigações baseadas em denúncias feitas pela população ou por empresas fornecedoras de energia. Além disso, a instituição disse que apoia, quando solicitada, as ações realizadas pelas concessionárias e órgãos fiscalizadores da região.

Sobre as prisões, a Pasta destacou que o flagrante é constatado quando o proprietário do imóvel está presente e o crime de furto é comprovado com auxílio de perícia. “Quando não é possível constatar o crime, seja por dúvida na autoria ou pela ausência de representante no local, o delegado de polícia registra o boletim de ocorrência e dá início às investigações para esclarecer a materialidade e a autoria do delito”, finalizou a SSP.




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