O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reuniu ontem 53 prefeitos das cidades afetadas pelas fortes chuvas do fim de semana para anunciar a abertura de linhas de crédito para elaboração de planos de drenagem. As prefeituras podem acessar R$ 64 milhões do Fehidro (Fundo Estadual de Recursos Hídricos). Cinco chefes do Executivo do Grande ABC estiveram no encontro, no Palácio dos Bandeirantes.

Tarcísio aproveitou a reunião com os prefeitos para dizer que os municípios passarão a contar com repasses de verbas trimestrais pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O governador explicou que 4% do lucro da empresa recentemente privatizada serão encaminhados às cidades por meio do Fundo Municipal de Saneamento, conforme previu o edital de desestatização.

Os prefeitos também foram informados de que o Estado vai disponibilizar equipes e equipamentos da Defesa Civil para auxiliar nas medidas de socorro aos atingidos pelas enchentes, além de fornecer apoio financeiro para custeio de abrigos e compra de colchonetes, por exemplo.

A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado, Natália Resende, comprometeu-se a estudar, em parceria com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, ações conjuntas dentro de um plano de micro e macrodrenagem elaborado pelas sete cidades.

“Queremos impulsionar as prefeituras a fazerem uso desse recurso para melhorar o planejamento, a preparação e as infraestruturas de micro e macrodrenagem em suas cidades, contribuindo muito para minimizar o problema das enchentes”, ressaltou Natália.

Presidente do Consórcio e prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima (Podemos) estabeleceu a conclusão do Piscinão Jaboticabal, na divisa de São Bernardo, São Caetano e Capital como prioridade para o Grande ABC. “Queremos uma visita técnica do governador para analisar o cronograma de obras e marcar o dia da entrega”, cobrou. A previsão é de que o projeto seja concluído até o fim do ano.

Tarcísio citou ainda a criação de uma linha de crédito da Desenvolve SP focada especificamente em projetos de drenagem e a liberação de verba para serviços emergenciais por meio da Defesa Civil a partir dos pedidos feitos pelos municípios. “Precisamos pensar as cidades para o futuro. Queremos que todo município tenha um plano de drenagem”, disse o governador.

Além de Lima, outros quatro prefeitos do Grande ABC estiveram no encontro: Gilvan Júnior (PSDB), de Santo André; Taka Yamauchi (MDB), Diadema: Guto Volpi (PL), de Ribeirão Pires, e Akira Auriani (PSB), de Rio Grande da Serra. Marcelo Oliveira (PT), de Mauá, enviou representante. Tite Campanella (PL), de São Caetano, não compareceu.

“O governador indicou como acionar os protocolos do Estado, além de abrir linhas de crédito”, disse Gilvan. Santo André, segundo o prefeito, recebeu mais de 200 mm de água de chuva em 96 horas. “A cidade respondeu bem com as obras de micro e macrodrenagem”, ilustrou.

Guto declarou que Ribeirão Pires foi afetada pela elevada precipitação. Houve quatro deslizamentos, mas as equipes da cidade conseguiram desobstruir vias e manter a cidade funcionando. O prefeito lembrou que, com os recursos do Fehidro, o município vai avançar em investimentos em obras de drenagem a médio e longo prazos. “para que possamos trabalhar exatamente as dificuldades que o clima impõe”.

Taka enfatizou que, a partir da reunião, o plano é reunir as áreas técnicas da Prefeitura para angariar os investimentos necessários para contingenciar os danos causados pelos temporais. “Para ajudar as cidades e, consequentemente, as famílias afetadas, o governo estadual abrirá programas para que os municípios possam se inscrever nos mais diversos eixos.”

Segundo Auriani, o volume de chuva esperado para fevereiro caiu em dois dias em Rio Grande da Serra e ligou alerta sobre a necessidade de muros de arrimo em áreas de risco. Ele apresentou ao Estado solicitação de financiamento de dois projetos. O prefeito citou um convênio para recuperação de infraestrutura nos bairros afetados e que precisam de barreiras de contenção e a criação de um Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Drenagem para que sejam aplicados os recursos a serem repassados pela Sabesp.