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Trabalhadores da Movent reclamam de atraso em pagamentos

Funcionários dizem que firma não quitou adiantamento de janeiro e nem segunda parcela do 13º salário; falta também depósito de FGTS

Da Redação
30/01/2025 | 09:25
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FOTO: Adonis Guerra/SMABC

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Trabalhadores da Movent, de Diadema, acusam a empresa de não realizar os pagamentos do adiantamento dos salários de janeiro, além da segunda parcela do 13º salário, do plano médico de 100 trabalhadores, além de não recolher o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Eles afirmam ainda que desde o início do mês a firma impede o retorno aos postos de trabalho.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC realizou ontem assembleia no estacionamento da metalúrgica. A entidade afirma que desde o início do ano tenta contato com a direção da Movent, mas não obtém respostas.

Para o coordenador de área da Regional Diadema do sindicato, João Paulo de Oliveira, a empresa tem demonstrado, com todas as ações que tem tomado, que não tem viabilidade. “Estamos cobrando respostas. A Movent está em um processo de recuperação judicial que exige que mostre perspectiva de melhora. Queremos saber quando ela irá comprar matéria-prima e voltar a funcionar, quando irá realizar os pagamentos dos salários atrasados e quando irá mostrar viabilidade”, afirmou o dirigente.

O coordenador da Regional Diadema, Antônio Claudiano da Silva, destacou que a empresa tem agido de má-fé com os trabalhadores e que a atual gestão da Movent também tentou fazer uma manobra para vender os imóveis de sua propriedade, mas a justiça anulou a venda. “Esta é uma empresa que não tem produção, não tem um plano viável de recuperação, que não tem um cliente. Esperamos que os credores não aprovem o plano de recuperação na assembleia, pois não tem nenhuma efetividade”, disse.

O representante sindical reforçou ainda que o departamento jurídico dos Metalúrgicos do ABC já deve notificar a Justiça sobre a postura da fábrica e que o Sindicato permanece na luta pelos direitos dos trabalhadores.

“Nós vamos lutar para que os bens da empresa sejam utilizados para garantir o pagamento dos direitos dos trabalhadores”, afirmou.


HISTÓRICO

De acordo com o sindicato, a crise começou em julho de 2018 quando a empresa Dana foi adquirida pelo Grupo Movent. Os atrasos salarias e o não pagamento do FGTS passaram a ser frequentes. Além disto, outros problemas como atrasos em salários, férias, 13º, PLR (Participação nos Lucros e Resultados), plano médico e outros direitos também se tornaram rotina.

No início 2023, a empresa mantinha cerca de 440 trabalhadores, contudo, a partir de abril daquele ano, passou a reduzir drasticamente o número de metalúrgicos. Foram 282 demissões em diferentes períodos do ano sem pagamento das verbas rescisórias. 

Além disto, a empresa fez diversos acordos na Justiça do Trabalho para parcelamento das verbas, mas não cumpriu. Ainda em 2023, a autopeças ingressou com um pedido de recuperação judicial.

Em 2024, a empresa voltou a demitir em massa trabalhadores, com a mesma postura de não pagamento de direitos. Ao longo de todo este período, foram vários acordos celebrados entre Sindicato e Movent, todavia jamais cumpridos integralmente pela empresa.

O Diário não conseguiu contato com a Movent.




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