Com a adesão de 80% dos empregados da CSU Cardsystem, os 1.230 trabalhadores da empresa de telemarketing de Santo André decidiram continuar a paralisação até que o impasse trabalhista seja resolvido. A categoria pede que o acordo coletivo seja respeitado e que a companhia pague a PLR (Participação nos Lucros ou Resultados). Para buscar a negociação, o sindicato pediu ontem apoio dos vereadores da cidade.

Além dos funcionários do Grande ABC, a empresa também enfrenta a paralisação de mais de 2.500 empregados na Capital, segundo o Seaac (Sindicato dos Empregados de Assessoramento e Atendimento ao Cliente do Grande ABC).

A CSU voltou a rechaçar as informações do sindicato. Em nota, a prestadora de serviço informou que "as operações em sua unidade localizada em Santo André estão funcionando normalmente". Segundo a empresa, "menos de 10% dos trabalhadores aderiram à paralisação, o que não interferiu no andamento das operações do dia. A CSU ressalta também que, como sempre, age de forma flexível com relação a possíveis problemas e se coloca à disposição para resolver a situação da melhor maneira possível".

Segundo Vagney Borges de Castro, presidente da organização sindical, a empresa foi convocada ontem para uma negociação de conciliação no Ministério do Trabalho em São Paulo, mas não compareceu à reunião. "Com essa atitude, entramos com um pedido junto aos auditores do trabalho para que fiscalizem a empresa, para poder comprovar as irregularidades", disse o sindica.

As supostas irregularidades apontadas por Castro são o pagamento de salário abaixo do piso fixado em acordo coletivo para seis horas diárias de jornada - R$ 450 em vez de R$ 550 -, o não-cumprimento do pagamento da PLR e a ausência de reajuste do vale-refeição, que há dois anos não é aumentado.