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Prefeitura de Diadema aponta total abandono em cemitério municipal

Em vistoria, prefeito Taka Yamauchi identifica problemas estruturais graves e diz que planeja medidas emergenciais para reverter o cenário de abandono

Da Redação
17/01/2025 | 14:57
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FOTO: Denis Maciel/DGABC


Em uma vistoria realizada na manhã de quinta-feira (16), o prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), encontrou diversas irregularidades e estado de abandono no Cemitério Municipal da cidade.

Entre os problemas, foram identificados: ossadas amontoadas em sacos de lixo, gavetas mortuárias danificadas e com cadáveres expostos, caixões largados no tempo e amontoados nos cantos, animais peçonhentos e forte odor ocasionado por necrochorume (líquido produzido durante a decomposição dos cadáveres) e funcionários sem equipamentos adequados.

Taka Yamauchi estava acompanhado do secretário de Meio Ambiente e Serviços Urbanos, Ricardo Souza, e fez a vistoria justamente para avaliar as condições do local e discutir medidas emergenciais a fim de reverter o estado de abandono.

De acordo com o Paço, o prefeito tem realizado, desde o início de sua gestão, vistorias em toda a cidade para diagnosticar a situação deixada no município.

Além das questões relatadas, o cemitério também apresenta problemas graves de infraestrutura, como ossários abertos, salas armazenando sacos de ossos há meses à espera de incineração, infiltrações, lâmpadas quebradas e corredores sem iluminação.

“Não é aceitável que um espaço de tamanha importância, que carrega memórias e histórias das famílias de nossa cidade, esteja em condições tão precárias. A situação é degradante, humilhante e distante de oferecer um espaço digno às famílias. Um total descaso e desrespeito. Vamos trabalhar para garantir que o cemitério seja um lugar respeitável e bem cuidado, como deve ser", disse o prefeito.

A Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Urbanos afirmou vai elaborar um plano de ação imediato para sanar os problemas mais críticos, além de planejar todas as intervenções necessárias para a manutenção adequada do espaço.

PROBLEMAS ANTIGOS

Os problemas estruturais, de organização e de segurança no Cemitério Municipal de Diadema, no Jardim Elisa, são antigos. Cenários como os flagrados pelo atual prefeito do município, Taka Yamauchi, em vistoria feita na quinta-feira (16), foram comuns nas últimas décadas.

Em agosto de 2013, o Diário relatou que um tipo de crime incomum vinha acontecendo no cemitério: furtos de crânios e ossos depositados no local. Foram pelo menos três ocorrências do tipo registradas, todas no 1º DP (Centro) do município.

Em uma delas, coveiros repararam que uma das gavetas do ossário estava aberta e o crânio de uma mulher que morreu em outubro de 1992 havia sido levado. Na ocasião, a administração municipal de Lauro Michels (PV) informou estavam sendo tomadas providências para que o episódio não se repitisse, como o aumento na altura do muro, colocação de arame farpado, ampliação do número de seguranças e da iluminação do local, além da instalação de câmeras de monitoramento.

Outra reportagem do Diário, em outubro de 2014, mostrou que o local seguia com diversos problemas estruturais e falta de manutenção, conforme relataram funcionários. Além das condições de trabalho precárias, os trabalhadores apontaram que corpos eram colocados em sacos plásticos dentro do prédio, sem sistema de refrigeração adequado – o que provocava decomposição e mau cheiro.

Também havia casos de violação de sepultaras e roubos de cadáveres. A Prefeitura respondeu que faria manutenção e instalaria câmeras de segurança no cemitério.

Em outra publicação, em outubro de 2016, o Diário denunciou que, às vésperas do feriado de Finados, durante visita ao local, encontrou um crânio humano em cima de um banco, ao lado de entulhos. A Prefeitura, ainda sob a gestão Michels, afirmou ter aberto sindicância na ocasião. Um funcionário revelou ao jornal que a estrutura óssea havia sido encontrada no mato, dentro do cemitério.




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