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ONG de S.Bernardo acusada de ligação com o PCC é alvo de operação policial

Entidade Pacto Social & Carcerário apareceu em documentário da Netflix; Polícia Civil e MP prenderam 12 pessoas, entre advogados e líderes da organização

Da Redação
14/01/2025 | 11:18
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Divulgação SSP/ Redes Sociais


A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo deflagraram na manhã de hoje a Operação Scream Fake (falso grito, em português) para cumprir 12 mandados de prisões preventivas e 14 de busca e apreensão contra advogados e líderes da ONG Pacto Social & Carcerário, sediada em São Bernardo, suspeitos de ligação com o PCC. A entidade reivindicava o direito dos presos. 

Integrantes da entidade foram entrevistados no documentário "Grito" de 2024, produzido pela Netflix, que discute o impacto do sistema penitenciário nas famílias dos detentos. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a ONG era utilizada para atacar autoridades e disseminar acusações falsas para desestabilizar a opinião pública. As atividades da entidade foram suspensas, e as redes sociais retiradas do ar por ordem judicial.

Os mandados foram cumpridos nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Presidente Prudente, Flórida Paulista, Irapuru, Presidente Venceslau e Ribeirão Preto, no estado paulista, e em Londrina (PR). Além de advogados supostamente ligados ao PCC, foram presos a presidente e o vice-presidente da ONG Pacto Social & Carcerário. A reportagem tenta contato com a entidade. 

INVESTIGAÇÕES

De acordo com a Polícia, as investigações começaram há cerca de três anos, quando um visitante da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau tentou entrar com cartões de memória escondidos nas roupas. 

Os itens foram apreendidos e analisados. O material coletado mostrou a existência e atuação de quatro setores do PCC, identificados como: Gravatas, Saúde, Financeira e Reivindicações. 

A investigação apontou que os advogados são os responsáveis pelo setor dos “gravatas”, os quais têm a função de assistência jurídica aos integrantes e familiares da facção, além de gerenciar outros departamentos da organização criminosa, como os da “saúde”, área responsável por selecionar médicos e dentistas para prestar atendimento dentro das penitenciárias. 


SAÚDE

A Polícia identificou que os profissionais da saúde são selecionados e prestam o serviço, inclusive com intervenções cirúrgicas e estéticas, sem saber que estão colaborando com os integrantes da facção, mesmo recebendo valores expressivos para o atendimento. 

Conforme as investigações, a organização financia esses procedimentos por meio de recursos obtidos mediante práticas criminosas, intermediado pelo setor “financeiro”.

“Os policiais descobriram, ainda, que há um quarto setor da facção, o das ‘reivindicações’, que promove ações judiciais ilegítimas, com manifestações populares e denúncias sem fundamento, para desestabilizar o sistema de justiça criminal e colocar a opinião pública contra o poder estatal”, informou a SSP. A ONG Pacto Social & Carcerário é acusada de integrar esse setor. 




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