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Empresários criticam gastos do governo
Luiz Federico
Do Diário do Grande ABC
25/02/2006 | 08:06
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Gastar mais do que arrecada. Esse é o grande pecado do governo federal e responsável pela taxa pífia do PIB, segundo o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf. “É preciso mais controle fiscal e menos alta taxa de juros”, diz o comunicado.

A Fiesp desenvolveu um estudo com o objetivo de mostrar que se o governo reduzir os gastos públicos em 2% ao ano, poderá obter ao longo de uma década: dívida pública cai de 51,8% do PIB para 25,7%; carga tributária federal diminui de 24% do PIB para menos de 18%.

Em conseqüência da redução da dívida pública, os empréstimos bancários ao setor privado subiriam de 25% para 61% do PIB em dez anos, resultando na elevação dos investimentos privados em de 16,8% do PIB para 19,2%. “Todos esses efeitos, somados, levariam a economia a crescer em média 6% ao ano”, acrescenta a nota.

Ciesp – O diretor-adjunto do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Santo André, Shotoku Yamamoto, propõe que o controle da inflação se faça por meio do elevação dos depósitos compulsórios, recursos que os bancos são obrigados a enviar ao Banco Central.

Para ele, com o aumento do compulsório, o governo poderia reprimir a demanda sem causar impactos na dívida mobiliária (interna), o que não acontece quando o governo eleva a taxa de juros. “Selic maior, dívida maior, pois os papéis estão atrelados à variação dos juros”, explica.

Questionado sobre o porquê da manutenção da política monetária do governo, o economista foi incisivo: “Veja os lucros do Itaú e do Bradesco.”

O Bradesco registrou um lucro 80% maior em 2005, enquanto que o Itaú lucrou 39% a mais no ano passado.

Shotoku lembrou também que enquanto o governo tenta reprimir a demanda com altas taxas de juros, a oferta de crédito para as pessoas aumenta. Segundo o relatório do IBGE, o consumo das famílias brasileiras cresceu 3,1% (ante uma base de 4,1%), favorecido pelo aumento de 5,3% da massa salarial e pelo aumento de 36,7% das operações de crédito para a pessoa física.

Força – Também por meio de nota, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, considerou “medíocre” o crescimento do PIB. “É desalentador saber que um país com esse potencial obtenha um crescimento que fica somente acima do Haiti, que está mergulhado numa crise sem precedente. Estamos vivenciando um governo que parece que fez pacto com o setor especulativo”, afirma a nota.

O presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), João Felício, não foi localizado para comentar o desempenho da economia brasileira em 2005.




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