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O que as prefeituras fazem para combater as enchentes na região?

Sete cidades estão classificadas para riscos de desastres ambientais; ao menos 288.248 moradores têm residências em áreas de perigo

Thainá Lana
11/01/2025 | 08:46
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FOTO: Claudinei Plaza/DGABC


Os transtornos ocasionados pelas chuvas são registrados anualmente no Grande ABC, com mais intensidade de novembro a março. Somente no início de 2025, os moradores da região sofreram com quedas de árvores, pontos de alagamento, além de falta de energia e de água.

Segundo levantamento do governo federal, as sete cidades são classificadas para riscos de desastres ambientais, como deslizamentos de terra, enxurradas e inundações. O estudo ainda apontou que 288.248 moradores residem em áreas de perigo em cinco municípios – a pesquisa não apresentou os dados de São Caetano e Ribeirão Pires.

As administrações afirmaram ao Diário que monitoram áreas de risco e realizam ações preventivas, como obras de infraestrutura e drenagem, limpeza de bueiros, galerias, rios e córregos, formação de agentes comunitários e ações de conscientização e educação ambiental sobre descarte correto dos resíduos. Além disso, são promovidas respostas aos casos emergências, como suporte a famílias desabrigadas, retirada de árvores caídas, entre outros. Veja abaixo algumas das iniciativas por cidade:

Santo André

Em 2024, a cidade destinou R$ 78,5 milhões a obras de combate às enchentes que resultaram na construção de sete microrreservatórios (conhecidos como piscininhas) na Vila Pires; instalação de 561 bocas de lobo inteligentes (bueiros com sensor para avisar quando os dispositivos estão cheios de resíduos); construção do Complexo Maurício de Medeiro e reforma da Estação Elevatória de Águas Pluviais.

“A Prefeitura, durante todos os meses do ano, realiza manutenções de drenagem urbana, preventivas e corretivas, de modo a garantir a fluidez dos canais destinados à condução das águas pluviais, preparando-os para receber o período das precipitações”, diz o Paço.

O município tem câmeras de monitoramento, muitas delas disponíveis para a população no site da Defesa Civil. Os bairros com maior risco de deslizamento de terra na cidade, devido ao relevo e forma de ocupação, são Recreio da Borda do Campo, Parque Miami, Jardim Riviera, Jardim Santo André, entre outros.

São Bernardo

O Paço afirmou que o “combate às enchentes é uma política permanente no município”. Desde 2017, a cidade investiu mais de R$ 500 milhões em intervenções estruturantes, como pacote de taludes e obras de contenção de encostas em 30 pontos; entrega do Piscinão do Paço; canalização dos córregos Saracantan, Pindorama, dos Lima e Ribeirão dos Couros; reforma e ampliação das elevatórias e obras de micro e macrodrenagem. 

“A Defesa Civil de São Bernardo monitora 126 setores de risco, com 2.010 moradias. Importante destacar ainda que a administração municipal realiza ações de urbanização integrada, que incluem drenagem, pavimentação, edificação e contenção de encostas”, afirmou a Prefeitura. 

Serviços permanentes com impactos indiretos, como zeladoria, coleta porta a porta, Programa Bota-Fora (coleta de grandes objetos), entre outras iniciativas, também foram destacadas pelo Paço. 

São Caetano

Os maiores riscos de desastres naturais ocorrem por alagamento e inundação, principalmente nas proximidades dos rios Tamanduateí e Ribeirão dos Meninos. Neste ano, a administração deverá aumentar em 153% o orçamento destinado a ações de combate às enchentes. Em 2024, São Caetano investiu R$ 39,6 milhões; este ano, a destinação prevista é de R$ 100,6 milhões. 

“Os recursos foram e estão sendo aplicados em importantes intervenções de infraestrutura, como as do Programa ReFundação, o maior conjunto de obras de combate a enchentes da história da cidade, que inclui a ampliação de galerias de águas pluviais; implantação de redes de esgoto nas sub-bacias; construção de piscinão e alteamento de muro na Avenida do Estado”, revelou a Prefeitura.

Diadema

A cidade não detalhou as ações realizadas no último ano e nem as próximas iniciativas a serem implantadas. Segundo o Paço, o chefe do Executivo, Taka Yamauchi (MDB), realizou reunião com secretários municipais e criou o Plano de Contingência Para as Chuvas de Verão, como medida para combater as enchentes.

“Entre as ações que fazem parte do Plano está o Comitê Intersecretarial de Prevenção das Chuvas, formado por representantes de nove secretarias, e que já está em atividade, elaborando medidas para minimizar os problemas causados pelas águas”, disse.

Mauá

O monitoramento da cidade no período de chuvas é prioridade para a Prefeitura, conforme informou a gestão. “Por isso, desde 2021, foram intensificadas as ações preventivas para velocidade de respostas em caso de ocorrências. Os rios e córregos são limpos ou desassoreados com frequência, assim como a limpeza de bueiros e galerias”.

Há quatro anos, a Defesa Civil Municipal foi reativada e passou a ser secretaria. Como destaque, a Prefeitura citou a obra que está em andamento e tem o objetivo de melhorar o escoamento das águas das chuvas na Avenida João Ramalho e no entroncamento do córrego Taboão, do Piscinão do Paço Municipal, no sentido do rio Tamanduateí. “A vazão de água mais do que dobrará, pois passará dos atuais 22 m³ por segundo para mais de 50. Serão investidos mais de R$ 10,5 milhões”.

Ribeirão Pires

A Secretaria de Zeladoria e Manutenção Urbana disse que realiza ações antienchentes ao longo do ano, mas que são intensificadas em épocas de chuvas, de novembro a março. Dentre as iniciativas está o desassoreamento de rios e córregos, além de limpeza das margens destes cursos d’água. “Isto evita o transbordo de água nestes locais. Durante 2024, pouco mais de 70 quilômetros de cursos d’água foram desassoreados”, diz o Paço, que disponibiliza em seu site mapa de risco dividido por ruas, tamanho do risco e qual risco há no local. “Há também informações sobre moradias em área de risco e qual grau de periculosidade elas se encontram”.

Rio Grande da Serra

A cidade não tem casos de enchentes que “necessitem de ações administrativas e financeiras, pois são apenas ocorrências isoladas”, justificou o Paço sobre a falta de investimentos na área. Apesar de casos isolados, a Prefeitura faz a desocupação de áreas de risco, tenta diminuir os índices de poluição e geração de lixo e busca investimentos em infraestrutura de drenagem, como bueiros, galerias pluviais, canais de drenagem e reservatórios.




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