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Vendas da indústria subiram 4,9% em maio, diz Fiesp
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
30/06/2004 | 23:18
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Impulsionada em grande parte pelos bons resultados das exportações, a indústria paulista registrou em maio um crescimento de 4,9% nas vendas reais (deflacionadas) na comparação com o mês anterior. Os dados são do mais recente Levantamento de Conjuntura da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), divulgado nesta quarta-feira, que também aponta ainda uma expansão de 25,7% nesse indicador na comparação com maio do ano passado.

O diretor do Depecon (Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da Fiesp, Claudio Vaz, afirmou que as vendas ao exterior têm superado as expectativas. "No começo do ano se disséssemos que elas cresceriam 30%, iriam dizer que estávamos loucos", afirmou.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio aponta uma alta de 29,5% (em dólares) nas exportações de itens industrializados fabricados no Estado no acumulado dos primeiros cinco meses do ano ante o mesmo período de 2003. Indicam ainda elevação de 14,8% em maio em comparação com abril último e de 39,1% em relação a igual mês de 2003.

Para Vaz, há também alguma reação em segmentos ligados às vendas a crédito no mercado interno, como automóveis, celulares e eletrodomésticos, enquanto os setores mais ligados à renda do dia-a-dia, como as áreas têxtil, alimentícia e da construção civil, continuam com performances fracas.

O ramo de material de transporte (no qual se inclui a produção de veículos) é um dos destaques favoráveis, com crescimento de 4,8% no mês em relação a abril e alta de 28,5% no acumulado do ano. Outros setores com resultados significativos são o metalúrgico (8,5% no mês e 12,6% no acumulado), mecânico (7,4% e 27%, respectivamente), químico (4,9% e 31,6%), produtos de plástico (6,8% e 25,7%) e eletroeletrônicos (2,1% e 23,8%).

Outros números do Levantamento de Conjuntura também apontam aquecimento da indústria paulista: o nível de utilização da capacidade instalada cresceu de 81,3% em abril último para 83,8% em maio. No mesmo mês do ano passado, estava em 81%. O total de horas trabalhadas na produção também se expandiu 3,1% no mês.

A pesquisa da Fiesp mostra ainda que no setor industrial do Estado houve uma recuperação do salário real médio, que de janeiro a maio está 7,6% superior em comparação com igual período de 2003. "Isso se deve aos acordos (salariais) coletivos a partir de setembro", disse Vaz. Muitos acordos foram divididos e terminaram de ser pagos no início deste ano, segundo ele.

Sazonal – Mesmo setores com desempenho fraco nesses primeiros cinco meses do ano, como o têxtil (alta de 6,1%) e o de produtos alimentares (5,9%), tiveram boa ampliação de vendas ante abril. A explicação é que maio é tradicionalmente um dos meses mais fortes para a atividade industrial, junto com março e outubro, por possuir um dia útil a mais e pela virada da estação.

Vaz afirmou ainda que a partir do segundo semestre a base de comparação (o ano passado), que era fraca, deverá começar a subir, mas ele considera que o mercado não deve se retrair. "O mercado de bens duráveis admite juros mais baixos, deve haver uma tendência positiva", disse.




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