Gestores da região apresentam com exclusividade ao ‘Diário’ suas preferências e planos para a Cultura com foco nos próximos quatro anos
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Uma semana após tomarem posse, o prefeitos da região revelaram ao Diário as suas preferências em músicas, livros, séries, filmes e documentários. As opiniões, aliás, dão pistas de como o segmento cultural deverá ser conduzido por cada um deles até o fim da gestão, em dezembro de 2028. Diadema não respondeu aos questionamentos da reportagem até o fechamento desta edição.
SANTO ANDRÉ
Cultura para o novo prefeito andreense Gilvan Junior (PSDB) é definida como “fundamental para o desenvolvimento sadio da sociedade” e “fundamental para preservar a história e construir um sentimento de orgulho e pertencimento dos moradores”. Segundo ele, a pauta é prioridade no Plano de Governo, que pretende restaurar equipamentos e organizar mais festivais.
Eclético, Gilvan declara sua admiração pela dupla sertaneja Jorge e Mateus. No tempo livre, o futebol ganha espaço na agenda do tucano, paixão que o levou a colecionar religiosamente figurinhas da Copa do Mundo juntamente com os filhos.
Atualmente, livros de ética, desenvolvimento humano e gestão de pessoas formam a biblioteca particular da família, com manuscritos de Mário Sérgio Cortella e Simon Sinek. Real: O Plano Por Trás da História, longa sobre o contorno da hiperinflação, é a indicação de filme do administrador para inspirar os leitores do Diário.
SÃO BERNARDO
Marcelo Lima (Podemos), que abriu o mandato com show do sambista Péricles no Paço em 1º de janeiro deste ano, não esconde ser fã da canção Verdade, de Zeca Pagodinho. A favorita do político embala reuniões familiares e até partidas de futebol. “Quando tenho tempo livre, quero aproveitar cada segundo com elas (esposa e filhas). Já o esporte aprendi a prestigiar com meu pai”, complementa.
A paixão levou o chefe do Executivo a montar uma coleção de camisas de clubes, um de seus principais tesouros, a exemplo da Bíblia Sagrada. “É nela que encontro a sabedoria que me dá forças para encarar os desafios do dia a dia”, destaca ele, que, em viés religioso, ainda indica o livro favorito Perdoa!, romance inicial da trilogia espírita da escritora Célia Xavier de Camargo.
Na categoria documentários “uma recomendação, com toda a certeza,” é o longa Olga – produção que enfatiza a importância da democracia com a militante alemã Olga Benário e o líder comunista brasileiro Luís Carlos Prestes. Além deste, Senna, da Netflix, foi o último achado entre as séries que saltaram aos olhos do prefeito. Apesar de inspirações em profissões eletrizantes, Lima afirmou que, caso não ocupasse postos políticos, seria engenheiro ou dono do próprio negócio, profissões que sonhou desde criança.
Já em relação à cultura de São Bernardo, de acordo com ele, a prioridade será “trabalhar no desenvolvimento de programas, projetos e ações que valorizem e preservem a diversidade cultural” do município. O objetivo será possível ao descentralizar as iniciativas para toda a cidade. “Em nossos parques e praças, além da Esplanada do Paço. Queremos a oferta de oficinas e atividades para nossas crianças e adolescentes, mas também a promoção de atividades para a família”, reforça.
SÃO CAETANO
Dono de biblioteca particular, Tite Campanella (PL) vê a Cultura como protagonista “da formação integral do ser humano”. Filosofia e história se tornaram leituras obrigatórias para a sua própria construção, que, segundo ele, talvez o levasse à uma carreira no mercado financeiro, caso não fosse político.
Não à toa, em caráter multifacetado, As Seis Lições, por Ludwig von Mises, obra indicada como favorita pelo são-caetanense, parte por reflexões do capitalismo, socialismo, intervencionismo, inflação, investimento externo e política. Para contrapor com leveza as preferências, Tite destaca Tom Jobim como seu próprio oásis nas escolhas musicais. “Gosto muito de bossa nova. Nos documentários aprecio todos sobre a monarquia brasileira e as produções da Brasil Paralelo”, destaca ele, a citar também a série Band of Brothers (Irmãos de Guerra), baseada em livro de não-ficção sobre a Segunda Guerra Mundial.
Palmeirense quando a bola da vez é futebol, Tite considera um ato de lazer colecionar imagens de Nossa Senhora Aparecida. Na gestão em São Caetano, o liberal detalhou apenas que monta no momento uma equipe “cheia de energia para fazer as mudanças necessárias” na Cultura e nos demais eixos da Prefeitura.
MAUÁ
A Arte da Guerra – Estratégias para a vida se tornou o livro de cabeceira do gestor de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), que, antes da vida pública, foi metalúrgico de origem simples. Reeleito, o prefeito visa ampliar o acesso à Cultura de forma igualitária para diferentes bairros da cidade.
Oliveira disse considerar a Cultura como impulsionadora “de dons e da comunidade”. Para alinhar tais propósitos à responsabilidade do cargo, o mauaense recomenda atenção especial aos livros de estratégias e religiosos. Como mantra da gestão e para a vida, elegeu a música Tá escrito, do sambista Xande de Pilares. “Também coleciono miniaturas de carros”, adiciona ele, que considera futebol, videogame e as partidas de Uno com os filhos “uma das coisas mais importantes da vida”.
RIBEIRÃO PIRES
Radical e antenado, Guto Volpi (PL) coloca o skate como seu esporte do momento e diz curtir vários estilos musicais – de Metallica (rock heavy metal) a Marina Sena (MPB). “Coleciono shapes de skates, CDs, vinis, quadros, esculturas e snickers (tênis urbanos). Além disso, apesar da rotina de muito trabalho, aprecio atividades ao ar livre, com minha família, cães e gato, assim como ir a exposições na Capital”, conta.
O liberal acredita que “Ribeirão já respira e projeta arte nas ruas, espaços públicos e privados”. E pretende ampliar na cidade a oferta de cursos gratuitos de música, dança, teatro, artes plásticas e audiovisual. A ideia ainda é aumentar o calendário de eventos municipais, que já tem 80 atrações. “Planejo políticas públicas para o incentivo da economia criativa. Vejo que é preciso olhar especial para democratizar ainda mais o acesso das comunidades às atividades culturais e ampliar a atenção com a Flirp (Feira Literária de Ribeirão Pires) e com o Festival Estudantil do Futuro”, estabelece.
Segundo ele, nas telonas O Auto da Compadecida 2 é uma das melhores indicações aos leitores do Diário, assim como a série The Choosen (Os escolhidos), sobre a trajetória de Jesus Cristo, disponível na Amazon Prime. Nas produções da Discovery, o prefeito em seu segundo mandato aprimora visões sobre questões climáticas e ambientais. Já nos livros, o favorito é As 48 Leis Do Poder, do escritor Robert Greene, que lista técnicas de manipulação para o alcance de objetivos.
RIO GRANDE DA SERRA
Com a Cultura subordinada à Secretaria de Educação, Akira Auriani (PSB) afirmou que pretende criar uma “secretaria, focada em gestão, programas e projetos”, para que o assunto dialogue melhor com as demais pastas no município. “Outro ponto é buscar recursos junto ao governo federal para alavancar iniciativas importantes”, afirma.
De acordo com ele, a cultura forma cidadãos mais conscientes e engajados. Neste preceito, na vida pessoal, para além dos livros de empreendedorismo, Auriani mescla em uma prateleira com títulos de autoajuda e desenvolvimento pessoal. O livro favorito se tornou Quem Pensa Enriquece, do filantropo Napoleon Hill, leitura do momento para começar bem a chefia do Executivo. A obra é, também, a favorita do colega em Ribeirão, Guto Volpi (PL).
Empresário antes de se tornar político, Auriani considera Everybody Wants To Rule The World (Todos Querem Governar o Mundo), clássico dos anos 1980 da Banda Tears for Fears, a melhor música já lançada na história. O pessebista prefere e categoriza como “motivações incríveis” documentários biográficos, sendo o especial da Netflix, Oprah e Viola, o último entre os assistidos.
Outras curiosidades de lazer do novo administrador rio-grandense são a paixão por carros esportivos, o foco na musculação e a coleção de selos, que, segundo ele, “o conecta com histórias e diferentes culturas”.
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