A medida de redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros novos, adotada pelo governo no dia 22, impulsionou as vendas do setor automotivo na primeira quinzena de junho.

Foram emplacados, na metade inicial deste mês, 166.217 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, 8% mais que o volume (153.798) registrado na primeira quinzena de maio de 2012, de acordo com fontes do segmento. Frente ao mesmo período de junho de 2011, a alta foi de 10%.

Para o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos Automotores no Estado de São Paulo), Octávio Vallejo, os números deste mês refletem não só o aumento da procura - a corrida dos consumidores por preços em torno de 10% menores -, mas também porque as lojas tiveram de trocar as notas fiscais de veículos que estavam em estoque e houve um represamento dos licenciamentos.

O resultado poderia ser ainda maior, mas as condições de compra não são as mesmas das oferecidas nos últimos anos, quando era comum a venda sem entrada, observa o consultor automotivo Ayrton Fontes. "Houve certa frustração, principalmente das pessoas que procuravam veículos zero-quilômetro e não tinham condições de dar 50% de entrada mínima, exigida pelos vendedores para se beneficiarem do juro zero anunciados nas campanhas", afirma.

A mudança das condições de financiamento, em relação ao que se praticou no passado recente, ocorre, por sua vez, por causa do aumento da inadimplência, que atualmente está em 5,9%, quase o dobro da registrada no ano passado.

Ainda em relação aos números da primeira quinzena,as vendas diretas às locadoras e frotistas ultrapassaram novamente o índice de 20% dos emplacamentos. "Isso demonstra que este segmento vai aproveitar o momento de redução de IPI e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e juros para recomporem suas frotas neste segundo semestre", diz o consultor.