São bastante comuns as discussões sobre quais seriam os melhores exercícios físicos para o ser humano no que tange dois aspectos intimamente relacionados, porém potencialmente distintos: bem-estar e longevidade.
Importa, ainda, o período da vida em que a atividade física é iniciada ou retomada, com óbvias vantagens para aqueles que a praticam desde a infância, sem interrupções.
A primeira avaliação técnica para mensurar aptidão física foi criada na década de 1960 pelo cardiologista norte-americano Kenneth Cooper, em teste que envolve corrida de 12 minutos e mensuração do consumo máximo de oxigênio pela distância percorrida.
Embora seja sugestivo que quanto maior a aptidão física, melhor seja a saúde orgânica e longevidade, por muito tempo pairaram questionamentos apontando mortalidade precoce em atletas de alto rendimento, dúvidas que a ciência tem desfeito.
Estudo publicado há pouco no BJSM (British Journal of Sports Medicine) baseado em dados de saúde de 200 corredores entre as décadas de 1950 e 1980 deduziu que estes atletas viveram em média 5 anos a mais que a população geral, resultados que encontram paralelos em outras pesquisas e revisões de literatura médica.
Mas muitos fatores podem proporcionar vantagens para o aumento da expectativa de vida destes contingentes avaliados, entre eles o estilo de vida condicionado desde tenra idade e a genética, esta, não sendo exatamente uma escolha.
As Zonas Azuis (Blue Zones), também conhecidas como ‘Terras de Centenários’, são lugares nos quais os índices de longevidade são substancialmente mais altos que a média mundial e permitem várias observações comportamentais, entre elas, vê-se que estas populações não são conhecidas por revelarem atletas olímpicos, mas sim por não se renderem ao sedentarismo.
Outro estudo recente, também publicado no BJSM, permite conclusão de que alcançar determinados patamares de caminhadas diárias pode proporcionar até 11 anos de vida adicionais na comparação com sedentários, em lógica que valida a distância percorrida, desconsiderando o tempo utilizado, o que equipara 8, 10 ou 12 quilômetros caminhando, com a mesma distância executada correndo.
Adicionalmente, a musculatura, notadamente dos membros inferiores, tem sido reconhecida como componente do sistema endócrino, produzindo inúmeras substâncias de inestimável valor orgânico, possível com os exercícios aeróbicos constantes e muito eficaz com os exercícios isométricos (musculação).
Penso que, para aqueles afeitos às corridas periódicas, essa prática deve ser mantida sem qualquer hesitação. Contudo, especialmente para a maioria da população, em cuja rotina não se encontra a exaustão aeróbica, programas de caminhadas diárias são opções extremamente válidas para viver mais e melhor.
Então, pé na estrada e um 2025 maravilhoso para todos nós!
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.