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Pacientes relatam problemas no Hospital Municipal de Diadema

Sem elevadores, doentes ficam ‘ilhados’ nos leitos e macas e sem exames de imagens; vereador denuncia transporte de cadáver por escada

Wilson Guardia
25/12/2024 | 08:59
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FOTO: Wilson Guardia/DGABC

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O HMD (Hospital Municipal de Diadema), conhecido como Hospital Piraporinha, voltou a registrar superlotação, com enfermos acomodados em macas nos corredores do edifício. Se não bastasse a falta de leitos, pacientes acamados, que precisavam de exames de imagem, entre domingo (22) e segunda-feira (23), não puderam passar pelos procedimentos. Isso porque os elevadores da unidade apresentaram mal funcionamento e deixaram de operar – o prédio, que não possui rampas, apenas escadas, não permite o deslocamento de pacientes em cadeiras de rodas ou macas.

Uma cena degradante foi exemplificada por usuários do serviço ao vereador Eduardo Minas (Progressistas). “Recebi relatos da população sobre a pane nos elevadores. Por conta disso, um paciente que veio a óbito não teve como descer (os andares). As escadas não proporcionam condições de passar com a maca. O paciente que veio a óbito, teve que ‘descer de pé’ carregado nos braços. Cena do caos”, disse o parlamentar.

Raquel Macedo, mãe de um jovem acidentado internado no HMD, relatou ao Diário que seu filho precisava realizar alguns exames de imagem, mas por conta de uma embolia pulmonar ele não pôde levantar da cama e, por isso, até segunda-feira à tarde não havia realizado os procedimentos, por causa da intermitência no funcionamento dos elevadores. “Tem muita gente de alta que não consegue subir ou descer as escadas, não pode ir embora. Os funcionários falaram aqui (no hospital) que a empresa que faz a manutenção não está sendo paga”, relatou.

Raquel, testemunha ocular, confirma a denúncia recebida por Minas. “Até uma pessoa que morreu teve de ser levada pelos braços dos enfermeiros para o andar debaixo”, afirmou.

Naira Cauane, namorada de um paciente, reclamou que a alimentação ficou suspensa por mais de 12 horas. A situação só se normalizou após familiares e acompanhantes se mobilizarem dentro do hospital. “A última refeição foi servida às 17h do domingo, e às 10h (de segunda-feira) os pacientes começaram a reclamar. Aí quem estava como acompanhante se dividiu em cada andar para receber as refeições e distribuir”, contou.

HISTÓRICO

Os problemas de superlotação no Hospital Municipal de Diadema já foram tema de reportagens do Diário, a mais recente, em 28 de agosto, sob o título: Enquanto Filippi maquia fachada, pacientes ficam pelos corredores.

A atual gestão Filippi foi procurada ainda na segunda-feira à tarde, mas até ontem, véspera de Natal, não se manifestou sobre as denúncias.

Entretanto, em notícia distribuída por assessoria, a Prefeitura afirma que “requalificou o atendimento na área da saúde, seja na recomposição de equipes, reforma de serviços, entrega de novos prédios, além de ampliação de ofertas de exames e procedimentos. Somadas às ações ao longo dos últimos anos, foi possível melhorar o atendimento e aperfeiçoar políticas públicas para melhorar a vida da população.”




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