O ministério francês da Economia propôs há dez dias instaurar um ``pedágio de entrada' para avaliar o preço das quatro licenças de exploraçao das futuras redes sob o regime UMTS. A Itália e a Bélgica estao estudando medidas semelhantes.

A terceira geraçao de celulares (UMTS), que substituirá em 2002 a atual norma européia (GSM), permitirá a ampliaçao do comércio eletrônico e os serviços de multimídia em termos de telefonia móvel.

As perspectivas sao enormes para as operadoras de telecomunicaçoes mundiais. Se já operarem em um país, a obtençao da licença UMTS será indispensável para que permaneçam na corrida e sua valorizaçao na bolsa integra igualmente as perspectivas abertas pela UMTS.

Se fracassarem, seu valor pode sofrer uma divisao por dois em um dia, segundo Philippe Germond, diretor geral da segunda operadora francesa, a Cegetel.

Para as operadoras ainda ausentes no país, as licenças UMTS permitem abrir caminho neste mercado. As licenças disputadas correspondem às freqüências hertzianas, que sao um recurso raro e, portanto, concedidas pelo Estado.

A Europa se divide em dois campos para sua concessao: por um lado, os partidários dos leiloes pela tradiçao anglo-saxônica, como a Gra-Bretanha, Alemanha, Austria, Holanda, Alemanha, Austria e Suiça, para os quais esse é o meio mais transparente em caso de empate entre os candidatos.

Esses leiloes acabam sendo uma verdadeira bênçao para os Estados em questao. Na Alemanha, primeiro mercado europeu, os leiloes poderao arrecadar mais de 60 bilhoes de euros (cerca de US$ 55 bilhoes), segundo os analistas, enquanto que o ministro das Finanças, Hans Eichel, fala inicialmente de 740 milhoes de euros (cerca de US$ 660 milhoes).

No Sul da Europa, se prefere a seleçao comparativa ou o concurso de beleza que seleciona os candidatos a partir de critérios de qualidade (cobertura do território, investimentos previstos, prazos de construçao da rede, etc).

A eleiçao mediante este dossiê tem a vantagem de preservar os interesses das sociedades nacionais, que poderao ser desclassificadas por competidores estrangeiros mais abastados.

Na seleçao comparativa, os montantes sao simbólicos (alguns milhoes de euros), enquanto que, na Gra-Bretanha, cada operador deverá desembolsar cerca de 4 bilhoes de euros (cerca de US$ 3,6 bilhoes) antes mesmo de ter colocado a primeira antena de rádio, o que significa o equivalente ao custo total de construçao da rede.