Anderson de Souza Ribeiro, 22 anos, foi detido pelos oficiais no Hospital Miguel Couto, na Gávea, zona Sul da capital fluminense. Ele teria sido alvejado no braço e foi até o pronto-socorro para tratar do ferimento. Anderson foi identificado por uma testemunha e pelo policial civil que participou do tiroteio, Luiz Carlos Carvalho.
De acordo com Tacone, outros quatro assaltantes da quadrilha já foram identificados com a ajuda das imagens gravadas pelas câmeras do circuito interno da estação. Nas cenas do crime é possível ver os ladrões rendendo um vigia e forçando o funcionário da bilheteria a abrir a porta do guichê. Posteriormente, o policial civil Carvalho se aproximou de um dos meliantes e sacou sua arma. Na confusão, os bandidos balearam o oficial e a jovem Gabriela, que recebeu um tiro no peito e morreu momentos depois.
Durante a apresentação do assaltante, a testemunha (que tinha sua identidade mantida em sigilo) apareceu por vontade própria e se identificou à imprensa. Trata-se de Luiz Paulo de Lemos Júnior. Ele declarou que estava com Luiz Carlos Carvalho no momento em que os criminosos assaltavam a bilheteria.
Luiz Paulo disse também que a vítima, Gabriela do Prado Maia Xavier, estava logo atrás deles e linha de fogo. "O Anderson veio atirando em nossa direção. Ele estava abordando as pessoas na escada e falou para Luiz Carlos: 'Não se coça, não. Perdeu’”. Para a equipe de investigação, essa informação mostra que o tiro que acertou a jovem estudante partiu da arma de um dos bandidos, e não do oficial.
O delegado Tacone acredita que com a identificação será mais fácil e rápido executar as detenções dos outros envolvidos. O Disque-Denúncia está oferecendo R$ 2 mil por informações que levem à prisão dos quatro assaltantes responsáveis pela morte de Gabriela. O telefone do Disque-Denúncia do Rio é 0/xx/21/2253-1177.
Crime - A estudante Gabriela foi morta depois de ser atingida do lado direito do peito em uma troca de tiros entre os assaltantes que roubavam a bilheteria do Metrô e um policial civil que passava a paisana pelo local.
Ela ainda conseguiu escapar da linha de tiros subindo as escadas. No entanto, Gabriela não resistiu ao ferimento e acabou caindo, desacordada, na calçada do lado de fora da estação. A vítima ainda foi levada para o Hospital do Andaraí, mas não resistiu e morreu.
A psicóloga Cleide do Prado Maia Santiago Ribeiro, mãe de Gabriela, que esperava pela filha na estação Praça Saens Peña, estranhou o atraso da menina. Ela recebeu a notícia do assalto e avisou o marido, Carlos Ribeiro, que se dirigiu à estação São Francisco Xavier. Ela seguiu para o hospital do Andaraí, onde foi informada da morte de Gabriela.
Essa era a primeira vez que a estudante ia pegar o metrô sozinha. Os pais da menina, temerosos pela violência, dificilmente permitiam que a filha saísse de casa.
Antes da cerimônia de cremação, o tio de Gabriela, o engenheiro Fernando Valente, disse aos jornalistas que a menina havia sido vítima de um assalto na semana passada. No entanto, ela conseguiu negociar com os ladrões para que levassem apenas sua mochila, e não os livros da escola.
Valente também disse que a família reconhece o trabalho que a polícia está fazendo para capturar os bandidos. "A gente espera que o governo realmente ganhe essa guerra contra o crime, porque a nossa família já perdeu", lamentou.
Metrô-Rio – O diretor de Relações Institucionais do Metrô-Rio, Luiz Mário Miranda, lamentou nesta quarta a morte da estudante Gabriela e informou que 400 homens e mulheres trabalham na segurança, em esquema de plantão, em todo o sistema do metrô. Segundo ele, outros 30 agentes estão sendo treinados para reforçar a escala.
No entanto, Miranda deixou claro que os vigias vão continuar trabalhando desarmados. "Todo nosso processo de segurança é de inteligência e não de combate. Não podemos fazer isso, não podemos fazer", afirmou. Ele também disse que uma assistente social da empresa está atendendo à família da vítima.
Luiz Miranda disse que a Companhia do Metrô tem um orçamento de R$ 300 mil para investir em esquema de comunicação nas estações e dentro dos trens. Segundo ele, o sistema vem sendo modificado desde 2001, quando o número de assaltos caiu de 113 para 30 no ano passado e 6 até agora em 2003. Luiz Miranda afirmou também que o objetivo principal da empresa é zelar pela segurança do cliente, já que os valores em dinheiro na bilheteria são pequenos.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.