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Polícia prende suspeito de assaltar metrô no Rio
Do Diário OnLine
26/03/2003 | 20:31
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O delegado titular da Tijuca Orlando Tacone apresentou na tarde desta quarta-feira um dos acusados de ter participado do assalto à bilheteria da estação do Metrô de São Francisco Xavier, na Tijuca, zona Norte do Rio de Janeiro, e que causou na morte da estudante Gabriela de Prado Maia Xavier, 14 anos.

Anderson de Souza Ribeiro, 22 anos, foi detido pelos oficiais no Hospital Miguel Couto, na Gávea, zona Sul da capital fluminense. Ele teria sido alvejado no braço e foi até o pronto-socorro para tratar do ferimento. Anderson foi identificado por uma testemunha e pelo policial civil que participou do tiroteio, Luiz Carlos Carvalho.

De acordo com Tacone, outros quatro assaltantes da quadrilha já foram identificados com a ajuda das imagens gravadas pelas câmeras do circuito interno da estação. Nas cenas do crime é possível ver os ladrões rendendo um vigia e forçando o funcionário da bilheteria a abrir a porta do guichê. Posteriormente, o policial civil Carvalho se aproximou de um dos meliantes e sacou sua arma. Na confusão, os bandidos balearam o oficial e a jovem Gabriela, que recebeu um tiro no peito e morreu momentos depois.

Durante a apresentação do assaltante, a testemunha (que tinha sua identidade mantida em sigilo) apareceu por vontade própria e se identificou à imprensa. Trata-se de Luiz Paulo de Lemos Júnior. Ele declarou que estava com Luiz Carlos Carvalho no momento em que os criminosos assaltavam a bilheteria.

Luiz Paulo disse também que a vítima, Gabriela do Prado Maia Xavier, estava logo atrás deles e linha de fogo. "O Anderson veio atirando em nossa direção. Ele estava abordando as pessoas na escada e falou para Luiz Carlos: 'Não se coça, não. Perdeu’”. Para a equipe de investigação, essa informação mostra que o tiro que acertou a jovem estudante partiu da arma de um dos bandidos, e não do oficial.

O delegado Tacone acredita que com a identificação será mais fácil e rápido executar as detenções dos outros envolvidos. O Disque-Denúncia está oferecendo R$ 2 mil por informações que levem à prisão dos quatro assaltantes responsáveis pela morte de Gabriela. O telefone do Disque-Denúncia do Rio é 0/xx/21/2253-1177.

Crime - A estudante Gabriela foi morta depois de ser atingida do lado direito do peito em uma troca de tiros entre os assaltantes que roubavam a bilheteria do Metrô e um policial civil que passava a paisana pelo local.

Ela ainda conseguiu escapar da linha de tiros subindo as escadas. No entanto, Gabriela não resistiu ao ferimento e acabou caindo, desacordada, na calçada do lado de fora da estação. A vítima ainda foi levada para o Hospital do Andaraí, mas não resistiu e morreu.

A psicóloga Cleide do Prado Maia Santiago Ribeiro, mãe de Gabriela, que esperava pela filha na estação Praça Saens Peña, estranhou o atraso da menina. Ela recebeu a notícia do assalto e avisou o marido, Carlos Ribeiro, que se dirigiu à estação São Francisco Xavier. Ela seguiu para o hospital do Andaraí, onde foi informada da morte de Gabriela.

Essa era a primeira vez que a estudante ia pegar o metrô sozinha. Os pais da menina, temerosos pela violência, dificilmente permitiam que a filha saísse de casa.

Antes da cerimônia de cremação, o tio de Gabriela, o engenheiro Fernando Valente, disse aos jornalistas que a menina havia sido vítima de um assalto na semana passada. No entanto, ela conseguiu negociar com os ladrões para que levassem apenas sua mochila, e não os livros da escola.

Valente também disse que a família reconhece o trabalho que a polícia está fazendo para capturar os bandidos. "A gente espera que o governo realmente ganhe essa guerra contra o crime, porque a nossa família já perdeu", lamentou.

Metrô-Rio – O diretor de Relações Institucionais do Metrô-Rio, Luiz Mário Miranda, lamentou nesta quarta a morte da estudante Gabriela e informou que 400 homens e mulheres trabalham na segurança, em esquema de plantão, em todo o sistema do metrô. Segundo ele, outros 30 agentes estão sendo treinados para reforçar a escala.

No entanto, Miranda deixou claro que os vigias vão continuar trabalhando desarmados. "Todo nosso processo de segurança é de inteligência e não de combate. Não podemos fazer isso, não podemos fazer", afirmou. Ele também disse que uma assistente social da empresa está atendendo à família da vítima.

Luiz Miranda disse que a Companhia do Metrô tem um orçamento de R$ 300 mil para investir em esquema de comunicação nas estações e dentro dos trens. Segundo ele, o sistema vem sendo modificado desde 2001, quando o número de assaltos caiu de 113 para 30 no ano passado e 6 até agora em 2003. Luiz Miranda afirmou também que o objetivo principal da empresa é zelar pela segurança do cliente, já que os valores em dinheiro na bilheteria são pequenos.




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