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Secretário de Defesa Donald Rumsfeld renuncia
Da AFP
08/11/2006 | 17:32
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou nesta quarta-feira a demissão do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, muito criticado pela guerra no Iraque, horas depois de a oposição democrata ganhar o controle da Câmara de Representantes.

Bush admitiu que a derrota do Partido Republicano nas eleições legislativas foi causada pela frustração dos americanos com a falta de progressos no Iraque e precisou que Rumsfeld será substituído pelo ex-diretor da CIA (agência de inteligência americana) Robert Gates.

"Sei que se especula muito sobre o que representam as eleições para a luta que travamos no Iraque", disse Bush durante uma entrevista coletiva na qual anunciou a renúncia de Rumsfeld. "Reconheço que muitos americanos votaram ontem (terça-feira) para manifestar seu descontentamento com a falta de progressos nesse terreno".

A demissão do secretário de Defesa, que comanda o Pentágono desde 2001 e que acabou por liderar a guerra no Iraque lançada em 2003, havia sido pedida pela oposição democrata, e mesmo por vários candidados republicanos em campanha.

Depois de ter parabenizado os democratas por "suas vitórias", o presidente afirmou estar "evidentemente decepcionado com o resultado das eleições". "Disse aos dirigentes de meu partido que estava na hora de esquecer as eleições e trabalhar junto com os democratas e os independentes para discutir os grandes problemas do país", declarou Bush.

Os democratas reconquistaram a Câmara de Representantes na terça-feira, controlada desde 1994 pelos republicanos, e só precisam ganhar mais um assento para obter a maioria no Senado.

A líder eleita da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, havia pedido a renúncia de Ronald Rumsfeld, poucas horas depois da divulgação dos resultados das eleições. "Acredito que deve haver um sinal de mudança da parte do presidente", afirmou.

"O melhor ponto por onde podemos começar é um ponto sobre o qual tanto os democratas (...) quanto os porta-vozes do exército já se expressaram. Ou seja, mudar a liderança do Pentágono", disse Pelosi.

Por enquanto, os democratas dispõem já da metade (50) da cadeiras de senador (aí incluído um independente). Se os republicanos conquistarem a Virgínia, serão maioria, graças à voz do vice-presidente Dick Cheney, presidente em título do Senado.

Petição - Enquanto isso, centenas de militares americanos já assinaram um abaixo-assinado pela retirada do Iraque, que será apresentado em janeiro ao Congresso.

"Como americano patriota e orgulhoso de servir ao país, peço aos dirigentes políticos no Congresso que apóiem a rápida retirada de todas as forças e as bases militares no Iraque. Permanecer lá não funcionará e não justifica o preço. É hora de as tropas americanas voltarem para casa", afirma o documento, acessível no site www.appealforredress.org.

O texto já foi assinado por centenas de militares, disse um dos responsáveis pela campanha, lançada por iniciativa de soldados com base na região de Norfolk (Virgínia, leste).

A petição é apoiada pelas organizações pacifistas Veteranos do Iraque contra a Guerra, Veteranos pela Paz e Famílias dos Militares Falam.

O pedido conseguiu notoriedade, no momento em que a guerra é a principal preocupação dos cidadãos americanos.

Os nomes das pessoas que assinaram não foram publicados devido às restrições sobre a expressão das opiniões dos militares por sua hierarquia.

A lei nos Estados Unidos autoriza os militares a expressarem suas queixas em relação à atuação de sua hieraquia a seu representante no Congresso, e os protege contra eventuais represálias.

"Muitos soldados estão preocupados com a guerra no Iraque e defendem a retirada das tropas americanas. O Apelo à Mudança fornece aos militares um meio de pedir aos parlamentares o fim da ocupação militar americana", escrevem os autores da petição no site.

De acordo com o jornal local The Virginian-Pilot, o líder da petição é Jonathan Hutto, um marine que serve no porta-aviões Theodore Rossevelt, baseado em Norfolk.




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