Após 12 horas de julgamento, o Ministério Público do Rio de Janeiro decidiu absolver, por unanimidade, o policial militar Marcos Pereira do Carmo, suspeito de ter assassinado o estudante Daniel Duque, 18 anos, na frente de uma boate em Ipanema, Zona Sul, em 28 de junho. O julgamento teve início na terça-feira e só foi encerrado por volta da 0h30 desta quarta. Cabe recurso da decisão.

O promotor do caso Marcelo Monteiro, autor da denúncia, pediu a absolvição do acusado sob a alegação de que o PM agiu em legítima defesa. Segundo ele, os depoimentos das testemunhas de acusação não foram consistentes. Em certo momento, ele chegou a chamá-las de "mentirosas".

No total, nove testemunhas foram ouvidas pelo juiz Sidney Rosa da Silva. Entre elas estão Fabiana Vasconcelos, Aloísio Viana e Gustavo Neves, que estavam com Duque no dia do crime.

Com a mudança de opinião do promotor, Daniela Duque, mãe do jovem assassinado, não se conteve e começou a gritar na platéia. Ela foi expulsa do julgamento juntamente com outras pessoas que a apoiaram.

Crime - Daniel Duque foi morto no fim de junho, depois de uma confusão em frente à boate Baronneti, onde ele havia passado a noite na companhia de amigos. A briga, segundo a polícia, teve início no interior da casa noturna e se estendeu do lado de fora.

O PM, que fazia a segurança do filho da promotora de Justiça Márcia Velasco, foi preso ainda no local, apontado como o autor do disparo. Marcos alegou legitima defesa. Já a versão sustentada pelos amigos do estudante dão conta que o PM sacou a arma e disparou três tiros.