Trabalhadores da Volkswagen, DaimlerChrysler, Mercedes Bens, Scania e Ford realizaram na manhã desta terça-feira paralisações de até duas e meia na produção. Chamado Dia Nacional de Lutas, o movimento tem como objetivo pressionar as empresas para a obtenção de um contrato nacional coletivo de trabalho na categoria, o CCNT. A mobilização é nacional e deve contar com o apoio de duzentos mil trabalhadores distribuídos em 13 Estados.

Entre as reivindicações feitas pelos metalúrgicos está a equiparação do piso salarial da categoria. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, um metalúrgico do
ABC recebe, em média, um salário mensal 470% maior que um trabalhador de Sete Lagoas (MG). Em contrapartida, a pesquisa 'Do Salário às Compras', realizada pelo Dieese, aponta que o custo de vida em todas as cidades brasileiras varia, no máximo, 8% acima e 7% abaixo do valor médio nacional.

A CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) também defende a redução da jornada de 44 horas semanais para 40 horas por semana, sem redução de salários. A redução, de acordo com a entidade, poderá resultar em mais 135 mil postos de trabalho.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, “as condições diferenciadas de trabalho no país favorecem a constante ameaça empresarial na mesa de negociação. A bancada sempre ameaça um grupo lembrando que, em outro lugar, os salários e os direitos são menores e as jornadas maiores. Temos que equilibrar as relações e eliminar estas distorções regionais.”