A Bolívia vai tentar fechar um acordo com o Brasil para vender gás a US$ 7,5 o milhão de BTUs (Unidade Térmica Britânica), o dobro do preço atual, afirmou o ministro dos Hidrocarbonetos do país vizinho, Andrés Soliz. Entretanto, o ministro boliviano afirma que a negociação agora está suspensa. "As conversas entre La Paz e Brasília estão paralisadas neste momento".

O Brasil importa atualmente, em média, 25 milhões de metros cúbicos diários a US$ 3,8 o milhão de BTUs. Segundo Soliz, as expectativas bolivianas têm base no preço pago pelos consumidores brasileiros por carburantes "poluentes" e também nos US$ 7 que o Chile está disposto a pagar pelo gás da Indonésia.

"Perguntamos aos brasileiros se não é correto, de nossa parte, pedir a eles também o preço de mercado, do mercado que eles têm com seu gasóleo poluente", disse Soliz, explicando que o gás de seu país "substitui um produto chamado gasóleo". "Neste momento, os brasileiros estão pagando US$ 7,5 pelo gasóleo", acrescentou o ministro.

O ministro boliviano reconhece que a negociação do novo preço com o Brasil será difícil. La Paz e Brasília já entraram num acordo sobre uma negociação política para estabelecer o novo preço do produto, dentro da nacionalização decretada no dia 1º de maio pelo presidente Evo Morales.

A Petrobras opera na Bolívia desde 1994 e controla 14,5% das reservas de gás bolivianas, de 1,55 bilhão de metros cúbicos, a segunda da América do Sul.