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Começam obras do banco de sangue umbilical em Curitiba
Do Diário do Grande ABC
17/12/1999 | 18:22
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O Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná terá, em um ano, um dos maiores bancos de sangue de cordao umbilical da América Latina, com previsao de coletar, nos dois primeiros anos, três mil unidades. O início das obras marcou nesta sexta-feira as comemoraçoes dos 20 anos do Serviço de Transplante de Medula óssea do hospital.

O projeto prevê a integraçao com outros 24 bancos do mundo, com cerca de 33 mil unidades coletadas. Isso permitirá maior oferta de células-tronco (da qual sao produzidas as outras células do sangue) para os pacientes com leucemia ou outras doenças que levem a uma menor produçao de células sangüíneas.

Estudos recentes mostram que, como a medula óssea, o sangue do cordao umbilical é rico em células diferenciadas, que podem repor o suprimento sangüíneo de um paciente e restabelecer o sistema imunológico depois de altas doses de radiaçao e quimioterapia. O primeiro transplante com sangue do cordao umbilical foi feito na França em 1989. O Hospital de Clínicas da UFPR já fez 15 intervençoes com essa mesma técnica, das quais cinco entre nao aparentados. A primeira foi em 1992.

De acordo com o chefe do serviço de transplante de medula óssea do HC, Ricardo Pasquini, a criaçao do banco e sua ligaçao com a rede internacional e outros centros que estao sendo implantados no Hemocentro de Ribeirao Preto (SP) e no Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro, ampliam as possibilidades de se encontrar um doador compatível. Além disso, dá-se um destino nobre a um produto que normalmente é desprezado nas salas de parto.

Para regulamentar a coleta, exames e materiais adequados à intervençao já foi implantado o Brasilcord, ligado ao Ministério da Saúde, do qual o HC faz parte. Segundo Pasquini, há necessidade de se fazer exames minuciosos no sangue, que depois é congelado e suas características ficam disponíveis na rede. O médico acredita que, após a conclusao das obras do Banco de Sangue de Curitiba, serao necessários mais dois anos para se ter um número ideal de unidades disponíveis.

De acordo com o HC, o custo dessa intervençao é menor e resulta em menos rejeiçao do que a do transplante de sangue de medula óssea ou do sangue periférico. No primeiro, o sangue é aspirado da medula de um doador e passa-se a célula tronco para o doente por meio de transfusao. No segundo caso, a célula-tronco é obtida no sangue periférico, que circula pelos braços e pernas. O transplante é indicado sobretudo para pacientes com leucemia aguda. A quimioterapia destrói células cancerígenas e também as nao doentes, que ficam sem condiçoes de produzir células normais.




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