Mais de 300 fitas com gravações nos últimos 30 anos foram digitalizadas com investimento de R$ 80 mil por meio da Lei Paulo Gustavo
ouça este conteúdo
|
readme
|
A Secretaria de Cultura de Santo André apresentou nesta terça-feira (17) trechos de mais de 300 fitas em Super VHS, totalizando 600 horas de gravações, de registros culturais da cidade nas últimas três décadas. O projeto foi desenvolvido pelo jornalista e editor de vídeo Júlio Bastos com recursos da Lei Paulo Gustavo de Santo André, na categoria Memória, Preservação e Digitalização de Acervos Audiovisuais, que disponibilizou R$ 80 mil.
O valor não foi suficiente para digitalizar todo o acervo videográfico, que possui cerca de 4.500 fitas, mas este é o início de um processo que pretende ter continuidade. As produções videográficas não eram acessíveis por estarem em formatos analógicos em fitas magnéticas, que não encontram mais suporte tecnológico para a sua reprodução atualmente. Agora, com a digitalização desses registros, o material poderá ser acessado por pesquisadores, historiadores, memorialistas e estudantes em geral.
O autor do projeto explicou que o trabalho é complexo, pois precisou ser feita uma limpeza e triagem das milhares de fitas, processo que durou dez meses. Cerca de 1.000 fitas foram descartadas por não poderem mais ser recuperadas, mas, em sua avaliação, houve um bom aproveitamento.
O material estava em bom estado porque conseguimos armazenar adequadamente, com temperatura ideal, em ambiente sem umidade. Foi possível preservar por mais de 30 anos algo que o fabricante dava apenas 15 de garantia. Foi um desafio, muitas fitas nem etiquetadas e com identificação estavam”, contou.
Bastos ressaltou ainda a importância do resgate desse rico conteúdo. “É urgente a necessidade de passar as gravações para um formato mais atual e acessível, que garanta a conservação do material, que já vinha se extraviando no formato original após tantos anos. A cada dia, se torna mais difícil e cara esta operação, devido à falta de equipamento capaz de realizar esse processo, uma vez que deixaram de ser fabricados com o surgimento do digital”, explicou.
O editor de vídeo destacou a intenção de, assim que houver recursos, dar continuidade ao projeto. “Precisa ser algo que continue periodicamente porque os materiais vão continuar sendo produzidos e o ideal é que haja um departamento dedicado à memória para catalogar e dar acesso às pessoas por meio de um servidor”, afirmou Bastos.
CONTEÚDO
A parte do arquivo digitalizado é referente apenas aos programas gravados pela Prefeitura de Santo André para registrar as atividades culturais na cidade. As gravações começaram, em sua maioria, em 1990, quando foi criado o Núcleo de Vídeo da Secretaria de Cultura. A Prefeitura, à época comandada por Celso Daniel, investiu em equipe técnica e em equipamentos modernos, importados do Japão. Os programas eram exibidos no Canal Canbras.
Também eram feitos registros para acompanhar autoridades em suas ações de governo, a fim de divulgar informações do que vinha sendo realizado pelas administrações. Há algumas gravações, de acordo com Bastos, que foram feitas antes de a Prefeitura ter sua própria estrutura, com produções terceirizadas. O vídeo mais antigo do acervo foi feito há 32 anos.
As demais fitas VHS são de acervo histórico e didático, com programas como o Telecurso 2.000. Somente a parte histórica tem cerca de 1.500 fitas, com duas horas de gravação cada.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.