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Comissão segue com processo de cassação contra Chuchu

Vereador do PL apresentou sua defesa, mas colegas decidiram continuar com a apuração

Natasha Werneck
09/12/2024 | 21:37
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Banco de Dados/DGABC


A comissão processante da Câmara de São Bernardo negou pedido para arquivar o processo administrativo que pode resultar na cassação do mandato do vereador Paulo Chuchu (PL). O pleito havia partido da defesa do parlamentar. O grupo apura denúncia de ameaça e abuso de autoridade do liberal contra o jornalista Artur Rodrigues após sessão ocorrida no mês de agosto.

Chuchu, segundo relato de Rodrigues, que registrou Boletim de Ocorrência, teria questionado onde o jornalista votaria na eleição de outubro e se ele iria optar pelo PT ao mesmo tempo em que manipulava a arma de fogo que portava na cintura.

Na defesa, Chuchu sustentou que a denúncia, feita pelo advogado Jaime Luís Fregel Colarte Castiglioni, é “confusa e descontextualizada, não permitindo concluir por atos incompatíveis com o mandato ou o decoro parlamentar”. Ele argumentou que a peça não oferece provas concretas e teria sido manipulada por um partido adversário: “Não passam de afirmações infundadas, promovidas pelos integrantes do Psol, visando exclusivamente criar narrativas e atacá-lo por ser visto como opositor político ideológico.” 

O vereador também refutou as alegações de que teria feito uso indevido de sua arma. “Apesar de possuir autorização legal para portar arma de fogo, em nenhum momento sacou sua arma, tocou ou mostrou sua arma ao Sr. Artur ou a outras pessoas que estavam na sessão”, afirmou na defesa. Ele ainda acusou o denunciante de manipular os fatos para fins eleitorais, já que saiu como candidato a vice na chapa do prefeiturável Alex Manente (Cidadania).

A Comissão Processante, formada por Netinho Rodrigues (Podemos), Estevão Camolesi (Cidadania) e Ana do Carmo (PT), decidiu pelo prosseguimento do processo. O documento destacou que há “duas versões carecedoras de melhor comprovação” e determinou o prosseguimento para a coleta de provas e depoimentos. 

Entre os pedidos de Paulo Chuchu à presidência da Casa estão o fornecimento das imagens das câmeras de segurança da sessão, o controle de registro de presença e a escala dos guardas municipais no local. O parlamentar também solicitou a convocação de dois vereadores, Lucas Ferreira (PL) e Glauco Braido (MDB), e um assessor, Roberto Montes, como testemunhas.

Chuchu reforçou preocupação com o desfecho do caso, já que a derradeira sessão da Câmara nesta legislatura está marcada para amanhã. “Teremos mais uma, mas, se o processo não for concluído neste ano, será arquivado. Gostaria que tudo fosse esclarecido antes do recesso, pois é fundamental comprovar que não houve nenhum crime de minha parte. Não quero ser inocentado por insuficiência de provas, mas sim pela inexistência de crime. Essa é a questão mais importante para mim.”

O liberal destacou a importância dos vídeos. “O essencial é garantir que, no registro oficial, fique claro que não houve ameaça ou qualquer tipo de infração. Preciso dessa documentação bem detalhada, seja para o futuro, caso eu concorra a outro cargo, ou para minha carreira policial. Por isso, insisto na obtenção das imagens em sua totalidade, pois elas são essenciais para comprovar que não cometi nenhuma irregularidade. Estou enfrentando dificuldades para acessar essas imagens, mas não vou desistir. Mesmo que o processo seja arquivado, quero minha inocência comprovada.”

OUTRO LADO

O jornalista ressalta que no texto apresentado à Câmara, o próprio vereador confirma a história. “Ele mesmo admite que me questionou em quem eu votaria. Isso por si só já é uma quebra de decoro parlamentar e uma forma de intimidação, por se tratar de um vereador que estava na disputa eleitoral. O que ele faria se minha resposta não o agradasse?”, questionou. “Ele sabe bem o que fez, senão não teria motivo para um dos assessores dele pesquisar sobre mim numa rede social profissional”. completou.




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