Depois de afirmar em entrevista ao Diário que o esqueleto do prédio que abrigaria uma UBS (Unidade Básica de Saúde) na Vila Vitória seria usado como repartição pública, o secretário de Obras de Mauá, Helcio Antonio da Silva, recuou. Segundo ele, a Pasta que comanda não tem o poder de definir finalidades para os próprios públicos. "Minha responsabilidade é realizar, fiscalizar e concluir obras. Quem escolhe a utilização do espaço é a Secretaria de Saúde", disse Helcio, na última sexta-feira.

A declaração de Hélcio entra em choque com o descrito pelo secretário de Saúde e vice-prefeito de Mauá, Paulo Eugenio Pereira Júnior (PT), na audiência de Saúde, anteontem na Câmara. Paulo Eugenio desmentiu o comentário do companheiro petista e defendeu que o local abrigará aparelho de Saúde. "Ao contrário do que foi divulgado, o esqueleto não abrigará a secretaria de Saúde. A verba federal foi depositada e vamos usar a obra para um aparelho de saúde, provavelmente uma UBS", disse.

Verba garantida - Paulo Eugenio também garantiu que a administração não perderá o recurso federal para a construção. A verba de R$ 542 mil liberada pela União teria de ser usada até o dia 30 deste mês, ou devolvida aos cofres públicos, No entanto, o petista negou o imbróglio. "Pedimos prorrogação de prazo para ter tempo de terminar a obra", justificou.

O petista alega que o governo do ex-prefeito Leonel Damo começou a construção sem qualquer projeto definido e que a União não entendeu como contrapartida as obras que já foram abandonadas e hoje servem de abrigo noturno para mendigos. "O município fez a construção antes da hora", avaliou.

O secretário de Obras também confirmou que o subsídio da União para construção está garantido. A Prefeitura já recebeu R$ 108 mil, mas as obras ainda não foram retomadas. O convênio com o governo federal foi fechado em 2003, na segunda gestão de Oswaldo Dias (PT). A obra não foi terminada até hoje.