Irã e Rússia devem intensificar esforços conjuntos para estabilizar a situação na Síria depois que rebeldes jihadistas dominaram uma das maiores cidades do país, Aleppo, nos últimos dias.
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, falou neste sábado, 30, por telefone com o equivalente iraniano, Abbas Araghchi, sobre o assunto. Durante a conversa, ambos expressaram "extrema preocupação" com o ocorrido e reafirmaram "forte apoio à soberania e integridade territorial da República Árabe Síria", informou o governo russo em comunicado.
De acordo com a agência estatal iraniana IRNA, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei Hamaneh, criticou o que chamou de reativação de grupos terroristas Takfiri na Síria e pediu uma ação decisiva e coordenada para prevenir a propagação do movimento na região, especialmente pelos países vizinhos à Síria. Ele afirmou ainda que a iniciativa faz parte de um "plano maligno do regime terrorista e dos Estados Unidos para desestabilizar a região da Ásia Ocidental", relatou a agência.
A visão foi reiterada pelo embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani. "Nos últimos anos, os EUA lhes forneceram novas armas, e as fronteiras da Turquia permaneceram abertas para eles. Atualmente, o Exército sírio está diretamente engajado com esses grupos e conseguiu, de certa forma, deter seus avanços", disse segundo a IRNA. "Se os terroristas pensam que podem repetir os eventos do início dos anos 2010 em Aleppo, eles estão enganados", disse em referência à insurgência que levou à uma guerra civil na Síria. "O governo sírio agora está mais forte, e o governo russo está mais determinado a defender a Síria. A Frente de Resistência e o Irã também continuam a apoiar o governo sírio e seu povo", completou.
Hamaned informou ainda que todos os funcionários do consulado iraniano em Aleppo estão seguros após um ataque à instituição e condenou a iniciativa citando a Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 1963, que proíbe qualquer tipo de ataques às instalações consulares. "A violação desta convenção por qualquer indivíduo, grupo ou governo é inaceitável", declarou.
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