A nova empreitada de Mauricio de Sousa foi um tiro certeiro. Menos de um mês após o lançamento de Turma da Mônica Jovem, que ocorreu durante a Bienal do Livro deste ano, a revista é sucesso de público. A tiragem inicial de 180 mil exemplares acabou não dando conta da procura e foi preciso uma reimpressão da HQ - ação que não ocorria no folhetim da Editora Panini desde 2005. Segundo sua assessoria, a empresa aumentou a produção em 53%.

Na nova linha jovem, é possível conferir a fase adolescente da turma mais famosa do Brasil. A revista é voltada principalmente para leitores a partir dos 12 anos. "Muita gente aprendeu a ler com a turminha. Essa é uma continuação do processo. A Turma Jovem é um acompanhamento dessas crianças que cresceram, que agora falam e agem como jovens", explica Mauricio, todo sorrisos e empolgado durante festa em comemoração ao produto, anteontem, em São Paulo. "Meus filhos cresceram."

O desenhista deixou de lado seus famosos traços e se entregou ao popular mangá, o quadrinho japonês. "O estilo do mangá é mais próximo desses jovens que eu estava perdendo. O objetivo é seguir com eles, utilizando uma linguagem que eles estão mais familiarizados." Ele acredita que a popularização do estilo oriental é uma tendência natural no mundo dos quadrinhos. "O mangá não vai permanecer japonês, já que terá influências em todo o mundo. O que vai sobrar é um mangá mestiço", analisa Mauricio, ressaltando que esse boom era necessário para a renovação da indústria de HQs.

Em sua primeira edição, Turma da Mônica Jovem coloca Mônica, Cebola - como Cebolinha quer ser chamado agora -, Cascão e Magali combatendo a mitológica rainha oriental Yuka, que aprisionou os pais do quarteto. Apesar de iniciar a trajetória com um enredo de aventura, o criador afirma que num futuro próximo irá criar histórias mais voltadas para o conflito e problemas típicos dessa faixa etária.

Quem também está feliz com o resultado é Mônica de Sousa. Não a das histórias, mas a verdadeira filha do desenhista e inspiração para a personagem. "Fazer a turminha mais velha é algo inovador. Sempre fizeram eles mais jovens ainda, mas nunca imaginaram como seriam crescidos. Adorei como fiquei", revela. (Supervisão de Melina Dias)