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Cresce o número de casos de tortura em prisões palestinas
Das Agências
30/10/2001 | 11:26
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Cresce o número de denúncias de desrespeito aos direitos humanos em prisões nos territórios controlados pelos palestinos. São inúmeros os casos de mortes de palestinos acusados de ajudarem Israel.

O irmão do médico Gassan Wahba afirmou que torturaram seu irmão “até matá-lo". Foi o caso mais recente de morte em prisões da Autoridade Palestina (AP), ocorrida no dia 22 deste mês. Alaa Wahba era acusado de passar informações secretas aos israelenses. Seu corpo tinha hematomas no peito, nas costas, nos ombros, nas mãos e excremento nas coxas.

Cerca de 28 palestinos morreram nas prisões da AP, cinco deles desde que começou a Intifada, há 13 meses, segundo Bassam Eid, diretor do Palestinian Human Rights Monitoring Group, organização independente dos direitos humanos.

Eid afirmou que "a cultura dos direitos humanos não se impôs jamais no seio da comunidade árabe. Infelizmente, no Oriente Médio só se conhece o emprego da força”.

A AP já executou dois palestinos desde o início da nova Intifada. Eles foram acusados de cooperação com Israel. Outros quatro palestinos condenados à morte esperam pela execução.

A morte de Alaa Wahba, que oficialmente era suspeito de colaboração com Israel, está sendo atualmente investigada pelo promotor-geral, enquanto o governo palestino mantém a tese do informe médico, segundo o qual ele se enforcou com uma corda presa à cela.

Após inúmeras manifestações o presidente da AP Yasser Arafat anunciou que Alaa será considerado um mártir da Intifada e não um colaborador de Israel.

Segundo sua irmã Abir, Alaa foi preso em casa no dia 18 de outubro pelos policiais que disseram querer interrogá-lo sobre um empréstimo que fez num banco local. Alaa pediu dois empréstimos para o casamento de seu irmão, realizado uma semana antes de sua morte.

A família não teve notícias suas até 23 de outubro, dia em que Ghassan foi informado pelos serviços de inteligência que seu irmão tinha sido preso por colaboração e se suicidou.

"Depois de o terem torturado e matado, os policiais o acusaram de colaboração, para se proteger", afirmou Abir. Segundo os serviços de inteligência palestinos, Alaa se enforcou após se encontrar com testemunhas provando que era colaborador.

Uma morte similar, a de Imad Mohammed Amin al-Bizreh, aconteceu na cidade de Nablus, na Cisjordânia, no dia 10 de agosto. Os serviços de segurança o acusaram de colaboração e afirmaram que se suicidou em sua cela. A autópsia não foi autorizada.

A AP declarou que tem punido os agentes de segurança que desrespeitam os direitos humanos nas prisões.




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