Prefeitura instaura sindicância para investigar se houve falhas no procedimento da equipe
ouça este conteúdo
|
readme
|
Uma denúncia de negligência médica envolvendo o Hospital e Maternidade São Lucas, em Ribeirão Pires, foi feita pela família de Joice Pereira da Silva, de 40 semanas de gestação, cujo bebê morreu no último sábado (16). O relato foi compartilhado por Iara Santos, cunhada de Joice e irmã de Matheus Fernando, marido da paciente, que narrou a série de atendimentos frustrados e a falta de intervenções consideradas urgentes.
Segundo Iara, Joice, residente no Jardim Iramaia, fazia o pré-natal no posto de saúde de Santa Luzia e, até então, “a gravidez transcorria sem complicações”. Na última quinta-feira, no entanto, ela apresentou sangramento e perda de líquido, sendo atendida no pronto-socorro do Hospital São Lucas. “A médica que a examinou indicou que o tampão mucoso já havia saído, mas se recusou a realizar uma cesariana, afirmando que o parto deveria ser normal e que Joice não estava em trabalho de parto.”
Mesmo com dores e solicitando uma cesárea, o pedido foi negado. No dia seguinte, com o agravamento do sangramento, Joice voltou ao hospital, onde “foi orientada a andar pelos corredores para tentar provocar a dilatação”. Segundo a família, “nenhum ultrassom foi realizado nem foram administradas medicações para auxiliar no processo, e Joice retornou para casa sentindo dor”.
No mesmo dia, ela foi levada ao Hospital da Mulher em Santo André, onde os médicos identificaram uma “alteração leve no exame de cardiotocografia”, indicando o início do trabalho de parto. Apesar disso, o hospital se recusou a fazer o procedimento, alegando que “ela deveria ser atendida no Hospital São Lucas, por residir em Ribeirão Pires”.
No sábado, Joyce voltou ao Hospital São Lucas com fortes dores e relatando que não sentia mais o filho se mexer. Uma cesárea foi finalmente realizada, mas, conforme a denúncia, “o bebê já estava morto”.
Em nota, a Prefeitura de Ribeirão Pires informou que “uma Comissão Médica e Administrativa foi formada para investigar os fatos relatados”. Somente após a conclusão das apurações serão determinadas eventuais medidas. A Secretaria de Saúde do município declarou que “está à disposição para prestar todo o suporte necessário à paciente e à sua família”.
Enquanto a Prefeitura de Santo André salientou que "como o trabalho de parto não estava se iniciando, a conduta foi de orientações quanto aos sinais e sintomas de trabalho de parto". "A Prefeitura de Santo André, por meio da Secretaria de Saúde, informa que a paciente Joice Pereira da Silva, 28 anos, deu entrada no Pronto-Socorro do Hospital da Mulher Maria José dos Santos Stein, sexta-feira (15), referindo contrações regulares, sem demais queixas e com boa movimentação fetal. Ela foi examinada e, às 18h21, estava com 2 cm de dilatação. Optou-se por realização de exame de cardiotocografia para avaliação do bem estar fetal, medicação para sintomas e reavaliação após 2 horas. A cardiotocografia mostrou feto com vitalidade ótima e, às 20h43, a paciente foi reavaliada com exame de toque, que resultou na mesma dilatação. Como o trabalho de parto não estava se iniciando, a conduta foi de orientações quanto aos sinais e sintomas de trabalho de parto. Ainda foi reforçado à paciente que, na presença de algum sinal de alarme previamente orientado, ela retornasse imediatamente ao seu hospital de origem", diz o comunicado.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.