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Economia da região pode se beneficiar com Trump

Proteção à indústria norte-americana pode abir espaço para maior volume de exportações de peças e commodities

Nilton Valentim
06/11/2024 | 22:10
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Banco de Dados/DGABC

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A eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos pode ser favorável para a economia do Grande ABC. Isso porque o republicano fala em fortalecer a indústria local, ou seja, priorizar a fabricação de automóveis e outros produtos em território norte-americano, ao invés de importar. E como as empresas da região exportam prioritariamente commodities e componentes para aquele país, existe a possibilidade de serem beneficiadas com a maior demanda.

“Quando Trump fala ‘vou proteger a indústria local’, ele se refere a grandes cadeias. Setores de bens finais, como as indústrias de automóveis, de eletrônicos, de eletrodoméstico. Elas vão ter de produzir mais internamente e precisarão de mais componentes. Será que vão conseguir produzir todos esses itens? Pode ser que eles precisem importar mais componentes”, afirma o economista Sandro Maskio, da Strong Business School,

Nesse leque de produtos que podem ter a demanda aquecida estão os derivados de cobre e aço, pneumáticos e da indústria petroquímica, como óleos e outros oriundos do petróleo.

A região também manda para os Estados Unidos armas e munições, produzidas pela CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), instalada em Ribeirão Pires. Trump é defensor ferrenho dos armamentos e isso pode elevar a demanda.

Segundo dados disponíveis no Comex Stat (sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens), de janeiro a setembro, os principais produtos do Grande ABC exportados para os Estados Unidos foram bombas, granadas, torpedos, minas, cartuchos e outras munições e projéteis, que representam 22,61% do volume enviado.

Em segundo lugar aparecem as chapas e tiras de cobre, que representam 15,63%. Seguidas por partes reconhecíveis como exclusiva ou principalmente destinadas aos motores a pistão, com 9,73%, tubos de cobre (8,04%) e barras e perfis de cobre, com 5,77%.

CIESP

“A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos exige imediata análise por parte das autoridades econômicas do Brasil, no sentido de adotar medidas contingenciais e preventivas no contexto das políticas fiscal, de investimentos, redução de impostos e de eventual aumento de tarifas aduaneiras, anunciadas pelo republicano na campanha eleitoral”. A opinião é de Rafael Cervone, presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) e primeiro vice-presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Cervone entende que, a despeito de divergências políticas, as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos seguirão boas. “Além disso, cabe considerar que, em meio às crescentes disputas comerciais entre norte-americanos e chineses, que deverão acentuar-se, nosso País tem posição estratégica, pelo porte de sua economia, protagonismo no G20, como fornecedor de commodities e alimentos e, por outro lado, como um dos maiores mercados consumidores do planeta”. 




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