As artérias coronárias são os vasos responsáveis por fornecer sangue rico em oxigênio e nutrientes para a musculatura cardíaca e alterações em sua estrutura podem gerar danos cardíacos potencialmente mortais e não por menos a doença coronariana está entre as principais causas de óbito em todo o mundo.
O comprometimento coronariano mais temido é a aterosclerose, condição resultante da deposição de placas gordurosas abaixo dos assoalhos dos vasos sanguíneos, que estreita progressivamente a luz vascular provocando injúria da musculatura cardíaca.
Se este processo evoluir sem intercorrências progredirá até que a oferta de oxigênio passe a não ser compatível com a necessidade do músculo cardíaco e então ocorrerá dor precordial aos esforços, a conhecida angina, contudo, se houver descolamento do assoalho que encobre a placa, haverá a formação de um coágulo que ocluirá abruptamente este vaso e tudo que for nutrido por ele entrará em sofrimento, o infarto.
A aterosclerose pode ocorrer em qualquer setor orgânico e as causas mais importantes são tabagismo, diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia (colesterol e triglicérides elevados) e sedentarismo.
Fazer exercícios físicos e não fumar são opções pessoais, enquanto hipertensão arterial e dislipidemia são doenças constitucionais, mas tratáveis, porém, o avassalador diabetes é tratável e especialmente evitável, ao menos em sua versão mais comum, o tipo 2.
A maior parte dos diabéticos se origina de distorções metabólicas relacionadas ao excesso ponderal e a reversão para peso aceitável retorna o perfil glicêmico para a normalidade, o que torna o enfrentamento do sobrepeso e da obesidade a atitude mais lúcida a ser tomada, que embora reduza brutalmente os ganhos de setores da indústria farmacêutica, solucionará o martírio de centenas de milhões de seres humanos. Simples assim!
Antonio Carlos do Nascimento é doutor em endocrinologia pela Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade de Endocrinologia e Metabologia.
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