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Mau começo
Da Redação
25/10/2024 | 21:42
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O vereador eleito de São Caetano Getúlio de Carvalho Filho (União Brasil) protagonizou episódio lamentável ao invadir, aos gritos, palestra na Escola Professora Alcina Dantas Feijão, destinada à conscientização sobre diversidade sexual. A atitude representa interrupção indevida de ambiente pedagógico e também demonstra a ignorância do futuro parlamentar quanto à Base Nacional Comum Curricular, que orienta que o ensino de direitos humanos e a valorização das diferenças façam parte do currículo escolar, preparando alunos para o convívio em uma sociedade plural. O comportamento do unionista revela desrespeito aos direitos e deveres estabelecidos pela própria legislação educacional brasileira.

A interferência autoritária de Carvalho Filho ignora, ainda, o princípio constitucional da laicidade do Estado, que impõe à escola pública o compromisso com educação neutra e inclusiva, sem imposições morais ou religiosas de indivíduos externos ao contexto escolar. A tentativa de censurar a palestra demonstra voluntarismo inadequado para alguém que assumirá um cargo legislativo, o qual exige equilíbrio e compromisso com a diversidade da população que representa. Ao violar um espaço de ensino e debate, o vereador eleito desconsidera a importância da formação cidadã que a educação básica proporciona, expondo a escola pública a uma intervenção de caráter pessoal e antipedagógico.

Com este episódio, Carvalho Filho evidencia um início de mandato desastroso, sem compromisso com os princípios legais que regem a educação brasileira e com uma conduta incompatível com a responsabilidade de um legislador. A sociedade espera de seus representantes uma postura que valorize o diálogo e respeite as instituições de ensino, em vez de atos desproporcionais e de intimidação. Esse comportamento levanta dúvidas quanto à sua capacidade de exercer com maturidade e discernimento as funções para as quais foi eleito, e reforça a necessidade de vigilância da população sobre seus representantes, que devem responder ao interesse público, não a agendas pessoais ou ideológicas.




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