A recorrência de apagões que afetam os moradores do Grande ABC tem um culpado claro: a negligência da Enel no manejo adequado da vegetação próxima à rede elétrica. Dados alarmantes da Prefeitura de Santo André revelam que menos da metade das solicitações de poda de árvores feitas à concessionária de energia que atua nos sete municípios foram atendidas até o momento, com 74 pedidos ainda pendentes – alguns há mais de 100 dias, conforme mostra reportagem publicada hoje no Diário. O descaso, que precisa ser investigado pelas autoridades competentes, afeta diretamente a qualidade de vida de quase três milhões de pessoas, além de expor grave falha na infraestrutura energética.
A falta de ação da Enel em relação à manutenção das árvores próximas às redes elétricas contribui diretamente para os blecautes que, além de interromperem o fornecimento de luz, causam prejuízos incalculáveis à população e ao comércio local. A tempestade que atingiu a região recentemente, derrubando mais de 1.400 árvores na Grande São Paulo, poderia ter tido impactos menores se a concessionária houvesse cumprido suas responsabilidades. Em vez disso, os apagões persistiram por dias, evidenciando infraestrutura vulnerável e mal gerida. O serviço de poda é medida preventiva essencial para mitigar esses problemas, e o descumprimento dessa obrigação pela empresa é falha imperdoável.
A Enel precisa ser responsabilizada pela ineficiência – alô, Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica)! Embora argumente que faz mutirões de poda, o volume de solicitações pendentes e a demora na execução dos serviços contradizem a narrativa. A situação exige não apenas maior agilidade por parte da concessionária, mas também fiscalização mais rigorosa das autoridades, locais e nacionais, que devem garantir o cumprimento dos prazos e a proteção dos consumidores. Em última análise, a falta de manutenção adequada é tanto um descaso com o meio ambiente quanto uma ameaça constante à segurança e ao bem-estar dos cidadãos do Grande ABC. É hora de pôr as coisas em ordem.
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