Polícia Civil investiga Damião Fidelis de Oliveira, cujo desligamento foi confirmado ontem pela Prefeitura; vítimas tinham 34 e 84 anos
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Um enfermeiro do Hospital de Urgência de São Bernardo foi acusado de agredir dois pacientes internados na unidade, de 34 e 84 anos, em episódios que teriam ocorrido na noite da última sexta-feira (18). A denúncia foi registrada pela GCM (Guarda Civil Municipal), que foi acionada por familiares das vítimas. A Polícia Civil já investiga Damião Fidelis de Oliveira, que teve demissão confirmada nesta terça-feira (22) pela Prefeitura do município.
Conforme o Boletim de Ocorrência, a esposa de uma das vítimas relatou que seu marido, internado para tratamento de anemia e perda de visão, foi agredido com socos pelo enfermeiro. Ele teria contado à esposa que, enquanto estava deitado com a cabeça coberta, o profissional desferiu dois golpes em sua cabeça. Segundo o relato, o enfermeiro teria dito: “Você está aqui para tratamento”, antes de deixar o local. Outro caso semelhante foi registrado pela filha do paciente de 84 anos, também internado no hospital, para tratar de uma infecção urinária.
Segundo ela, seu pai, que é amputado, relatou dores no rosto, afirmando ter sido agredido pelo mesmo enfermeiro. Inicialmente, ela desconfiou da história devido aos lapsos de memória do pai, mas a narrativa foi corroborada pelo acompanhante de um paciente vizinho de quarto, que afirmou ter testemunhado o enfermeiro desferindo um soco no rosto de seu pai na mesma noite. Conforme o registro da ocorrência, a coordenadora de enfermagem do hospital confirmou que o hospital já estava ciente das denúncias e que medidas administrativas seriam tomadas.
Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado, o caso foi registrado como lesão corporal pelo 1º DP da cidade, que realiza a oitiva das partes envolvidas, bem como demais diligências visando o esclarecimento dos fatos. Em nota, o Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) informou que diante de situações de possível infração ética segue os ritos de apuração, “reforçando seu compromisso com o exercício profissional de enfermagem seguro e livre de danos aos pacientes e cidadãos”.
A Prefeitura de São Bernardo afirmou que, assim que tomou conhecimento do caso, após apuração interna realizada pela diretoria de enfermagem, juntamente com a comissão de ética do Hospital de Urgência, o enfermeiro foi demitido por justa causa pela instituição prestadora de serviços, a Fundação ABC. “A Administração Municipal repudia a conduta do profissional e vem prestando total apoio e acolhimento aos pacientes e familiares envolvidos. A rede de Saúde de São Bernardo conta atualmente com mais de 10 mil profissionais”, disse em comunicado.
O Diário tentou contato com a defesa do enfermeiro, mas não a localizou. O espaço segue aberto para posicionamentos.
SAÚDE
Este não é o primeiro problema na Saúde do município neste ano, conforme mostrou o Diário em agosto, o comitê técnico instaurado para apurar denúncias no Hospital da Mulher confirmou que foram identificados erros médicos na unidade. A sindicância foi instaurada em abril pelo secretário de Saúde do município, Geraldo Reple Sobrinho, depois que três casos de negligência foram revelados pelo Diário – no total, nove casos de acusação de erros médicos vieram à tona, com seis mortes envolvidas, sendo quatro bebês e duas gestantes.
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