O prefeito eleito de Santo André, Gilvan Junior (PSDB), e o atual chefe do Paço, Paulo Serra (PSDB), cobraram ontem do vice-governador Felício Ramuth (PSD) a chegada ao Grande ABC do Metrô, que ainda ‘engatinha’ no projeto da Linha 20-Rosa, a qual ligará a Capital a Santo André, passando por São Bernardo, com conclusão prevista para 2035. Os três participaram da 11ª edição do evento Construindo o Grande ABC, promovido pela ACIGABC (Associação de Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), que reuniu dezenas de empresários da construção civil no Clube Atlético Aramaçan.

Na abertura do evento, o presidente da ACIGABC, Júlio Dias, fez um discurso entusiasmado sobre a importância da união entre os setores público e privado para o desenvolvimento da região. “A união é a chave para um novo Grande ABC”, afirmou Dias, ressaltando que a integração das sete cidades é fundamental para o crescimento unificado e sustentável. O dirigente destacou que, em um ambiente colaborativo, as dificuldades enfrentadas pelos municípios tornam-se mais fáceis de ser superadas, de forma a promover um desenvolvimento regional mais coeso e eficiente.

Dias citou que o setor, composto por cerca de 100 associados no Grande ABC, gera mais de 25 mil empregos diretos e indiretos, além de construir em torno de 5 mil moradias anuais.

Os discursos das autoridades presentes foram marcados pelo apelo à construção de um ramal do Metrô ligando a Capital ao Grande ABC. Gilvan fez um pedido direto ao vice-governador: “Precisamos do tão sonhado metrô, que traga obras para Santo André e para o Grande ABC”, disse.

Em resposta, Ramuth sublinhou que a chegada do metrô à região é um projeto de médio e longo prazos, mas ressaltou que mudanças já estão sendo implementadas. 

O vice-governador trouxe informações sobre o Lote ABC Guarulhos, projeto que engloba a concessão à iniciativa privada das linhas 10-Turquesa e futura 14-Ônix (Guarulhos-São Bernardo, passando por Santo André) da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Segundo Ramuth, o projeto passou da fase de “Qualificação na PPP (Parceria Público-Privada)” em 2023 para a de audiência pública neste ano. Depois virão a elaboração de edital, o processo de leilão e, por fim, o início a construção. Segundo o vice-governador, serão investidos R$ 18 bilhões em 65 km de linhas com concessão de 30 anos. 

“Estamos avançando na matriz metroferroviária, e o Trem Intercidades (que ligará a Capital a Campinas), que já foi leiloado, está em execução”, explicou. Ramuth destacou ainda que o edital da Linha 14-Ônix está previsto para o primeiro trimestre de 2025. Segundo o vice-governador, essa nova linha beneficiará cerca de 940 mil passageiros, expandindo a rede metroferroviária.

DESBUROCRATIZAÇÃO

Paulo Serra destacou também o compromisso com a desburocratização de empreendimentos imobiliários. O prefeito compartilhou com os presentes as iniciativas implementadas durante sua gestão, incluindo o programa Acto, que “trouxe agilidade ao processo de aprovação de projetos, tornando Santo André um ambiente mais favorável para a construção civil”. “Vamos continuar superando a burocratização”, afirmou, reiterando o compromisso da Prefeitura em desburocratizar e facilitar o trabalho dos empreendedores.

Ramuth também reforçou a importância da colaboração entre o governo do Estado e os empreendedores para o crescimento econômico. “Desde o primeiro dia de mandato, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) solicitou que todos os secretários trabalhassem em conjunto para criar o melhor ambiente de negócios para o Estado de São Paulo”, destacou.

ESCOLAS

Uma das iniciativas citadas no evento foi a construção de uma escola em Diadema, como parte do projeto que prevê 33 novas unidades de ensino fundamental e médio em parceria com a iniciativa privada. “É importante esclarecer que não se trata de privatização das escolas, mas sim de parceria para a construção e manutenção das unidades, enquanto a responsabilidade pedagógica permanecerá com o Estado”, afirmou Ramuth.

A empresa selecionada será responsável pela construção e manutenção das escolas durante 25 anos, garantindo que sejam erguidas com materiais de qualidade, segundo o vice-governador.