Opção por Marcelo Lima no segundo turno em São Bernardo coloca liberal em oposição ao prefeito, que anunciou apoio a Alex Manente
O prefeito eleito em São Caetano, Tite Campanella (PL), começa a dar sinais de distanciamento do atual chefe do Executivo são-caetanense, José Auricchio Junior (PSD). Apesar de ter sido eleito com o apoio do pessedista, o liberal decidiu, nos últimos dias, seguir em direção contrária à do prefeito em relação ao segundo turno das eleições em São Bernardo, onde se enfrentam nas urnas o ex-vice-prefeito Marcelo Lima (Podemos) e o deputado federal Alex Manente (Cidadania).
Uma semana após o 1º turno, o liberal anunciou, nesta segunda-feira (14), apoio a Marcelo Lima, enquanto Auricchio decidiu seguir junto à candidatura de Alex Manente, que tem as bênçãos do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). Outro fato curioso é que Tite apoia a candidatura de Marcelo Lima a despeito de o candidato a vice-prefeito na chapa de Alex, o vereador Paulo Eduardo, ser de seu partido, o PL.
O anúncio do apoio de Tite Campanella ao candidato do Podemos deve ter causado surpresa aos atuais chefes do Executivo de Santo André e São Caetano, que apoiam Alex. Na última quinta-feira, após encontro com a participação do governador, de prefeitos eleitos do Grande ABC, de Paulo Serra e Auricchio, o tucano chegou a incluir o nome de Tite em agenda eleitoral com Alex. Porém, na sexta-feira, Tite rebateu dizendo que “se votasse em São Bernardo, seria em Marcelo”.
RECONHECIMENTO
Apesar de afirmar que Auricchio será uma espécie de conselheiro em sua gestão, o liberal minimizou, em entrevista ao Diário, concedida após vencer as eleições, o fato de ser o candidato governista e atribuiu o resultado das urnas ao período em que esteve à frente da Prefeitura.
Entre 1º de janeiro e 22 de dezembro de 2021, Tite ocupou o Palácio da Cerâmica de forma interina, substituindo Auricchio, que tentava reverter na Justiça a impugnação de sua candidatura devido à captação de recursos ilegais para a campanha de 2016. “Mostrei à população minha forma de pensar e mostrei meus valores e princípios. Isso a população reconheceu”, disse o liberal.
Outra sinalização de distanciamento é o fato de Tite Campanella ter dado indícios, ainda antes das eleições, de que não dará a liderança de governo na Câmara em seu governo a nenhum vereador da base de Auricchio. Atualmente, o ocupante do posto é Gilberto Costa (Progressistas), que chegou a deixar o Avante, partido ligado a Tite, antes de o liberal ser indicado candidato governista.
PREFERÊNCIA
José Auricchio nunca escondeu sua preferência pela ex-secretária de Saúde Regina Maura Zetone (PSD) para sucedê-lo na Prefeitura. A escolha do vereador como candidato governista se deu em função das pesquisas de intenção de voto. Como o nome de Tite Campanella se impôs nas consultas de opinião pública, Regina Maura, ao invés de encabeçar a chapa, saiu como postulante a vice.
A opção por Tite como candidato governista se deu no “último minuto”, tanto que o hoje liberal deixou o Cidadania praticamente na reta final do prazo da janela partidária para troca de sigla sem a perda do mandato.
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