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Mãe liga respirador da filha a energia do carro durante apagão

Após 22 horas sem luz, família de São Bernardo precisou improvisar para ajudar jovem com AME

Thainá Lana
14/10/2024 | 18:12
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Reprodução/Instagram


Luciana Cardoso Nietto, 47 anos, precisou agir rápido para que a sua filha com AME (Amiotrofia Muscular Espinhal), Heloísa Nietto Viggiani, 18, continuasse respirando durante o apagão que atingiu a região neste último fim de semana. Após ficar 22 horas sem luz, de sexta-feira (11) a domingo (13), a moradora do bairro Taboão usou a bateria do carro para carregar o respirador da jovem. 

A gambiarra foi necessária porque o aparelho que leva oxigênio a Heloísa estava oscilando e a jovem não consegue ficar mais de 10 segundos sem a ventilação mecânica. A família possui dois nobreak, dispositivo que protege e mantém os equipamentos eletrônicos funcionando em caso de queda de energia ou oscilações na rede elétrica, porém um ficou sem bateria e o outro começou a falhar. 

A mãe conta que acionou a Enel por duas vezes e explicou a situação crítica da família, porém nos dois contatos realizados a previsão inicial era que a energia elétrica seria restabelecida em até seis horas - o que não ocorreu. Após conseguir carregar o respirador da filha, no domingo, Luciana diz que pagou um eletricista para ‘puxar’ a energia do vizinho. 

“Sempre passeio com a Heloísa, então tenho esse inversor caso precise pegar a energia do carro para o respirador. Mas se não tivesse? Como faríamos? O mais desesperador é saber que estávamos sem sinal nenhum no celular, caso precisássemos pedir socorro, como faríamos?”, afirma a mãe ao Diário

Após conseguir utilizar a energia elétrica do vizinho, Luciana contou que a Enel enviou no domingo à tarde um gerador à família, que não utilizou. A luz foi restabelecida totalmente no fim da tarde de ontem, após a família ficar 40 horas sem energia.

PREJUÍZO

Além do desespero em relação à oxigenação da filha, o apagão também deixou outros prejuízos à família de São Bernardo. A medicação para o tratamento do AME que a jovem utiliza estragou por conta da falta de refrigeração - o medicamento custa R$ 164 mil e é disponibilizado pelo convênio. 

“A Heloísa toma uma dose por dia, todos os dias, e perdemos todas as doses que seriam ministradas em outubro. Entrei em contato com o convênio para ver se iremos receber outra leva ainda neste mês. Ela está desde ontem sem tomar a medicação. Esse remédio estabiliza o progresso da doença dela. O AME faz o paciente perder os movimentos e afeta a parte respiratória”, explica Luciana.




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