Internacional Titulo
Krenz começa a cumprir condenaçao na Alemanha
Do Diário do Grande ABC
13/01/2000 | 16:55
Compartilhar notícia


O ex-chefe de estado da RDA, Egon Krenz, começou nesta quinta-feira a cumprir sua condenaçao de seis anos e meio de cárcere berlinense de Hakenfelde, por homicídios na fronteira interalema, segundo os jornalistas no local. "Nao me considero um criminoso mas alguém perseguido politicamente e que se defende", afirmou Krenz.

Nesta quarta-feira, a Corte Constitucional, a mais alta instância judicial alema, rechaçou ao mesmo tempo o recurso e a açao que haviam sido apresentados por Krenz contra sua condenaçao.

Em 25 de agosto de 1997, o tribunal de Berlim condenou Krenz e mais dois dirigentes do Partido Comunista da Alemanha Oriental,Guenter Schabowski, 70 anos, e Guenther Kleiber, 68 anos, - estes últimos a três anos de prisao cada um.

Os juízes de Berlim afirmaram que a responsabilidade de disparar nos fugitivos alemaes-orientais era uma decisao política e nao provinha de decisoes tomadas pelos militares da RDA.

A Corte Federal de justiça confirmou no início de novembro passado a condenaçao de Egon Krenz.

Nesta quarta-feira a Corte Constitucional estimou que a sentença nao era uma violaçao do princípio de nao-retroatividade das leis.

Agora Krenz espera um pronunciamento da Corte Européia de Direitos Humanos de Estrasburgo (França), junto à qual entrou com um recurso aludindo a dois argumentos, rechaçados pela Corte Constitucional alema: a retroatividade da lei e o caráter 'nao eqüitativo' do julgamento contra ele.

Nascido em 1937 na Pomerânia, numa família de trabalhadores, Krenz fez uma rápida carreira no Partido Comunista da RDA, sob a tutela de Honecker, de quem se tornou mao direita. Acedeu em 1983 ao Burô Político, a instância executiva mais poderosa da RDA.

Krenz, aliado aos reformistas do partido, venceu seu predecessor Erich Honecker, que se negava a mudar sua 'linha dura', pouco antes da queda do muro de Berlim (9 de novembro de 1989). Em dezembro desse mesmo ano deixou todos os cargos.

Os movimentos civis nao o perdoaram jamais por ter acolhido favoravelmente a sangrenta repressao da 'primavera de Pequim', em maio de 1989, apesar de renunciar à violência contra os manifestantes alemaes-orientais e aprovar a abertura do Muro de Berlim.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;