Vereadora mais votada da cidade, psolista disse que manterá a fiscalização rígida ao Executivo
Oposição ferrenha ao governo do prefeito José Auricchio Júnior (PSD), Bruna Biondi (Psol) foi reeleita vereadora com a maior votação (5.848) de São Caetano e prometeu oposição “ideológica” ao prefeito eleito, Tite Campanella (PL). O liberal, por outro lado, afagou a vereadora em seu discurso de agradecimento, durante a sessão de ontem na Câmara.
Representante do mandato coletivo “Mulheres por + Direitos”, Bruna agradeceu o resultado eleitoral e destacou o desafio enfrentado pelas mulheres na política, lembrando que, apesar de ser a mais votada, será a única mulher na próxima legislatura. “Recebemos 5.848 votos que garantiram nossa reeleição e, pela primeira vez na história de São Caetano, uma mulher foi a mais votada em uma eleição municipal. Esse resultado é uma resposta à violência política de gênero presente nesta Casa e por parte do prefeito (José Auricchio)”, afirmou.
Durante a sessão, Tite Campanella fez questão de saudar Bruna pela votação expressiva e demonstrou interesse em dialogar com a vereadora. “Espero ter uma parceria ativa com esta Câmara para implementar as mudanças que queremos para São Caetano. Continuarei participando das discussões e do processo de transição, sempre disponível para dialogar com todos, inclusive com a vereadora Bruna”, afirmou o prefeito eleito, em uma tentativa de abrir caminho para uma relação entre governo e oposição.
A vereadora também refletiu sobre a importância de sua vitória para a política local. “Ser a mulher mais votada da cidade é um recado importante. Tivemos uma Câmara extremamente machista e violenta. Fui alvo de diversas formas de violência política de gênero. Dar essa resposta nas urnas é muito significativo”, destacou.
Ao mesmo tempo em que comemorou a conquista, Bruna ressaltou as dificuldades de representar as pautas progressistas em um cenário político dominado por homens e ideologias opostas. A psolista destacou que continuará sua atuação como fiscalizadora rígida sob a gestão do agora prefeito eleito, Tite Campanella (PL).
DIVERGÊNCIAS
Ao Diário, Bruna foi categórica ao declarar sua postura de oposição ao futuro governo. “Tivemos a eleição de um prefeito do PL, o partido do (ex-presidente Jair) Bolsonaro. Acredito que os próximos anos serão marcados pela defesa de uma agenda de extrema-direita e provavelmente de privatizações”, afirmou.
A vereadora já demonstrou preocupação com a possível continuidade de políticas que, segundo ela, podem prejudicar serviços públicos essenciais, como a educação e o saneamento. “No governo Auricchio, vimos estudos para a privatização de serviços como o Saesa (Sistema de Água, Esgoto e Saneamento Ambiental) e a transferência da educação infantil para organizações sociais privadas. Minha preocupação é que essa tendência se acentue”, ressaltou.
Bruna garantiu que manterá seu trabalho de fiscalização, como fez durante o governo Auricchio. “Nosso papel de fiscalizar as contas públicas e qualquer movimentação da administração continuará com a mesma seriedade”, declarou.
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