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Por falta de quórum, Câmara não vota impeachment de Morando

Com apenas dois vereadores constando no painel na segunda chamada, presidente da Câmara de São Bernardo, Danilo Lima, encerra os trabalhos

Angelica Richter
06/10/2024 | 00:41
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Câmara estava vazia na noite deste sábado (FOTO: Celso Luiz/DGABC)


A segunda ‘sessão coruja’ convocada pela Câmara de São Bernardo para as 22h30 deste sábado (5), véspera do 1º turno das eleições municipais, a fim de votar o oitavo pedido de impeachment contra o prefeito Orlando Morando (PSDB) foi encerrada cerca de 45 minutos depois por falta de quórum sem que o único item da pauta fosse votado. Diferentemente da sessão extraordinária realizada na noite anterior, quando 25 dos 28 parlamentares marcaram presença, mas a impossibilidade de acordo impediu a votação, desta vez a falta de quórum forçou o encerramento dos trabalhos. 

Depois da primeira chamada, o painel chegou a assinalar a presença de 11 parlamentares, mas só dois apareciam no painel durante a segunda verificação, quando os trabalhos foram encerrados. O presidente da Câmara, Danilo Lima (Podemos), creditou a falta de quorum à correria do período eleitoral e explicou ainda que o pedido de impeachment voltará obrigatoriamente à ordem do dia na sessão da próxima quarta-feira, sobrestando as demais pautas – ou seja, nada poderá ser votado antes que esse item seja apreciado.

A exemplo do que ocorreu na noite de sexta-feira, os vereadores chegavam ao plenário a ‘conta-gotas’ e, sem quórum, os trabalhos acabaram suspensos por 30 minutos. Às 22h50, vinte minutos após o horário marcado para o início dos trabalhos, só sete vereadores haviam marcado presença. O presidente da Casa, por exemplo, chegou a poucos instantes da execução dos hinos. Já o vereador Lucas Ferreira (PL) deixou a Casa antes mesmo das 23h, certo de que a sessão não teria quórum.

ENTENDA

O texto foi enviado e protocolado na Casa no último dia 16 por demanda popular em nome da moradora Fatima de Oliveira, uma semana depois de os vereadores terem rejeitado, por 21 votos a três, o sétimo pedido de investigação, que alegava postura ilícita de Morando por “vender, incessantemente, bens públicos”.

Desta vez, a munícipe aponta “misoginia exercida enquanto forma de poder”, referente a um caso de 2021, quando o chefe do Paço chamou de “vaca” uma jovem que participou de uma festa clandestina às margens da Represa Billings, na região do Riacho Grande.

Na época, o tucano concedeu entrevista à rede de TV Band News para falar da situação do município, que tinha 90% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados por pacientes de Covid-19. Ele se exasperou ao ver no vídeo a imagem de jovem que participava da balada, interrompida pela GCM. “Tinha de dar um tanque de roupa suja para essa vaca lavar. Não (era) para ela estar aqui agora fazendo este tipo de evento, contaminando as pessoas.”

Também voltará à ordem do dia, na quarta-feira, a revisão do Plano Diretor, que tramita desde agosto na Casa e visa alterar o ordenamento territorial de uma área florestal no bairro do Tatetos, no pós-Balsa. A mudança permitiria a ocupação urbana de vasta área florestal, abrindo espaço para a construção de galpões logísticos.




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