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A transparência na administração pública é um princípio fundamental para assegurar o bom uso dos recursos e garantir a confiança da população nas gestões municipais. No entanto, em Diadema, a recente dispensa de licitação no valor de R$ 9 milhões, realizada pelo prefeito José de Filippi Júnior (PT), levanta sérias preocupações. A obra de canalização do Córrego Olaria, originalmente iniciada há mais de uma década, sofreu sucessivos atrasos e reavaliações de contrato, e agora, enfrenta mais um capítulo de incertezas. A falta de clareza em torno do novo contrato, especialmente a ausência de informações detalhadas no Portal da Transparência, deixa dúvidas sobre a real aplicação dos recursos públicos.
Historicamente, o projeto de canalização do Córrego Olaria foi marcado por impasses e atrasos, como o conflito com a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.) sobre a área de proteção permanente e o abandono da obra pela Emparsanco, que, anos depois, culminou em sua falência. A atual gestão afirma que a nova empresa, Tecla Construções Ltda., foi convocada para finalizar a obra em 12 meses, mas, até o momento, detalhes fundamentais como o valor exato da obra original e as justificativas para a liberação do novo montante não foram disponibilizados para consulta pública. Essa falta de transparência é especialmente preocupante quando se considera o histórico de atrasos e as penalidades aplicadas à empresa anterior.
É imperativo que a administração de José de Filippi Júnior, que tenta angariar apoio popular para conquistar o quinto mandato de prefeito, adote medidas mais concretas para garantir a transparência na execução da obra, que já se arrasta por anos. A população de Diadema, especialmente os moradores da região Sul, que aguardam melhorias prometidas desde 2014, merece respostas claras sobre o andamento e o custo da canalização do Córrego Olaria. O cumprimento das normas legais, como alegado pela Prefeitura, não exime a administração de prestar contas à sociedade de forma acessível e transparente. Em tempos de descrença política, a omissão de informações só agrava a desconfiança e prejudica o desenvolvimento da cidade.
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