Percentual do Grande ABC é maior que o registrado na média nacional, que ficou em 20,7%; números se referem ao ano passado
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Nas cidades do Grande ABC as mulheres ganham 27,6% menos que os homens. O percentual é maior que a média nacional e se refere a 2023. Segundo o Relatório de Transparência Salarial, apresentado pelo governo federal no dia 18, no País o rendimento delas é 20,7% inferior ao deles.
O levantamento tem como base os dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) do ano passado e foi realizado pela Strong Business School. Em 2022, a diferença ficou na casa de 24,07%. Em 2010, era 36,43%.
As maiores diferenças de remuneração ocorrem na administração pública (36,82%), indústria de transformação (34,58%), serviços (17,72%) e comércio (17,29%). Um dos fatores explicativos para esta diferença, inclusive no setor público, onde a remuneração é determinada por legislação específica, sem diferenciação, está no diferencial de cargos ocupados por homens e mulheres. Ou seja, quais as principais funções ocupadas por eles e por elas nos diferentes segmentos.
Comparativamente ao período anterior à pandemia, o diferencial do salário das mulheres piorou, assim como no plano nacional. Uma das explicações para esta pioria está na elevação do desemprego entre 2020 e 2022, o que garantiu maior poder de negociação aos empregadores ao longo da retomada observada da atividade econômica e emprego a partir de meados de 2022 especialmente.
Segundo os pesquisadores, há a expectativa de que, com a redução da taxa de desocupação, que registrou 7,2% da força de trabalho na Região Metropolitana de São Paulo no segundo trimestre de 2024, a menor oferta de trabalho na economia amplie o poder de negociação dos trabalhadores na economia, e esta disparidade diminua. Contudo, os fatores estruturais que explicam esta dispersão salarial ainda continuam presentes, muitos deles arraigados na dinâmica da sociedade. Resta aguardarmos para avaliar esta trajetória nos próximos períodos, bem como observar a eficácia da recente legislação federal sobre o tema.
IGUALDADE
No último dia 18 os ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego lançaram o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, com ações voltadas à ampliação e permanência das mulheres no mercado de trabalho, ascensão a cargos de direção e gestão; e também, ao enfrentamento às discriminações no ambiente de trabalho. A previsão orçamentária do governo federal para execução do plano é de R$ 17 bilhões.
O plano tem 79 ações que consideram as desigualdades entre mulheres e homens no mundo do trabalho, considerando questões de raça e etnia, geracional e capacitismo.
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