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Davi e Golias na briga pelo varejo no ABC
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
10/08/2002 | 17:20
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A Coop, 10ª maior rede de auto-serviços do país, segundo o ranking da Associação Brasileira de Supermercados, é a grande preocupação do Grupo Pão de Açúcar, detentor das bandeiras Pão de Açúcar, Barateiro, Extra e Sé, o maior do setor, no Grande ABC, segundo o diretor de operações da regional ABC, João Simões. “Não significa que a expansão da Coop esteja prejudicando o faturamento da rede. No Rudge Ramos, por exemplo, onde a Coop acabou de inaugurar uma unidade, nossa loja está com resultados até superiores aos do ano passado, quando a Coop ainda não havia chegado.”

Entre as estratégias para driblar a concorrência e buscar atrair os clientes fiéis à cooperativa, que incluem política agressiva de preços, o grupo busca manter um alto nível de atendimento no setor de serviços. “A cooperativa hoje tem poucas opções, por isso fazemos questão de manter o atendimento direto, olho no olho com os consumidores, para servir de diferencial.”

Enquanto a Coop desperta maior atenção da rede, a chegada da bandeira Dia %, da rede francesa Carrefour, não deverá provocar mudanças na rotina das lojas do Pão de Açúcar. “Particularmente não considero a postura da rede uma realidade porque é menor, são lojas de 300 m², e comercializam menos itens”, disse Simões. Segundo o executivo, negócios em auto-serviços com as características do Dia % só funcionam quando o dono da companhia é atuante no dia-a-dia. “Como nossas lojas do Grande ABC carregam boa imagem tanto em preço como em atendimento e variedade de produtos, a nova bandeira do Carrefour não nos preocupa.”

O presidente da Coop, com sede em Santo André, Antonio José Monte, afirmou que a notícia sobre a visão do Grupo Pão de Açúcar quanto à Coop não o surpreende. “Sabemos que na região temos o marketshare mais importante, 36%. Isso devido à tradição da cooperativa, que tem 47 anos de fundação no Grande ABC.” Monte disse também que é importante ressaltar que a tradição da rede não está relacionada a tradicionalismo ou estagnação. “Entendemos que devemos sempre continuar cultivando a fidelidade dos cooperados.” Para tanto, a rede aposta em modificações da estrutura das lojas a fim de melhor atender aos consumidores.

Entre as políticas de planejamento da Coop, Monte aponta a modernização das lojas, melhoria na imagem institucional da rede, aumento do mix de produtos e atendimento “quase” familiar dos colaboradores em relação aos cooperados. “Este último, eu diria que é o caminho para o sucesso de uma rede de auto-serviços.”

Sobre a concorrência, a Coop mantém atenção voltada às empresas de médio e pequenos portes. “Elas têm estrutura fixa menor do que a nossa e, por isso, podem proporcionar ao cliente preços menores.” O segredo da Coop, na avaliação de seu presidente, está no fato de a rede ter uma estrutura refinada, o que garante gastos estruturais pequenos diante das grandes bandeiras como as do Grupo Pão de Açúcar.




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