Sabesp diz que realizou manutenção emergencial no sistema de bombeamento que atende o bairro Cooperativa; usuários relatam dificuldades
Um grupo de moradores de São Bernardo reclama de falta de água no bairro Cooperativa desde a última quinta-feira (5). O desabastecimento afeta pelo menos 450 famílias, que vivem em 170 apartamentos no Condomínio Residencial Esmeralda, localizado na Rua João XXII. A caixa d’água de 170 mil litros, localizada na edificação, foi suficiente para abastecer as unidades habitacionais apenas até sábado (7).
Questionada sobre o problema, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) pediu desculpas pelo transtorno e informou que realizou manutenção emergencial no sistema de bombeamento que atende o bairro Cooperativa – e que os trabalhos acabaram afetando o abastecimento do local. “Os serviços estão concluídos e a previsão é que o fornecimento de água seja normalizado, gradativamente, durante a noite desta segunda-feira (9)”, destacou a companhia.
O conselheiro do condomínio, Laércio de Souza, 59 anos, lamenta a falta de comunicação e de suporte da Sabesp durante esses cinco dias de desabastecimento. Até a noite desta segunda-feira, a companhia não havia enviado nenhum caminhão pipa para abastecer parcialmente às famílias afetadas. Além disso, a previsão inicial de reabastecimento informada aos moradores, por ligação telefônica, era apenas no próximo sábado (14) – nove dias após desabastecimento.
“Temos muitas pessoas em situações de vulnerabilidade vivendo aqui. Tem crianças, idosos, pessoas acamadas, doentes, entre outros pontos. Precisamos de água para sobreviver, não é um serviço que tem como ficar sem. É muito descaso”, disse Souza.
Helen D’Alberto Pasetto, 48, cuida da mãe de 92 anos, Alfa Pasetto, que possui Alzheimer e demência. Por conta da sua condição médica, a idosa não consegue levantar da cama e precisa de ajuda para fazer todas as necessidades básicas, como comer e tomar banho. Sem água, Helen precisou improvisar as refeições e até a limpeza pessoal da mãe durante esses dias.
“Estou desempregada, não tenho condições de ficar comprando vários galões de água para usar no banheiro, na louça ou para tomar banho. A água comprada é apenas para beber, o restante fui me virando como deu. Caso a água não volte, vou tentar ir a uma bica que existe na Avenida Robert Kennedy (a 3 km do Bairro Cooperativa) para encher uns recipientes”, lamentou a moradora.
A costureira Josilene da Silva, 35, precisou ir à casa do irmão, localizada no Jardim Silvina, com o marido e o filho de 8 anos, por conta da falta de água. “É impossível fazer qualquer coisa sem água, principalmente neste calor. Ficamos sem energia, mas sem água não tem como viver, é um direito básico. É muito tempo sem, é desumano o que fazem com os usuários”, afirmou Josilene.
Laércio de Souza destacou ainda que a falta de água ocorre diariamente no período noturno, a partir das 20h. O serviço, geralmente, é religado no início da manhã, por volta das 8h. “Por isso a nossa caixa d’água nunca consegue encher completamente, porque os moradores utilizam a água de lá todas as noites”, destaca.
Sobre isso, a Sabesp respondeu que desde a década de 1990 realiza na Região Metropolitana de São Paulo a gestão de demanda noturna de forma rotineira. “A prática é adotada internacionalmente e recomendada pela Comissão Europeia: quando há menos consumo, reduz-se a pressão nas redes a fim de evitar perdas por vazamentos e rompimentos (o que representa menos desperdício); quando o uso é retomado, a pressão é reajustada”, pontuou o órgão.
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