Queimadas no Estado, calor, poluição e baixa umidade são alguns dos fatores para cenário; especialistas indicam cuidados
O Grande ABC está em alerta em relação à poluição e à qualidade do ar. De acordo com medição feita pela IQAir, uma organização não governamental suíça parceira das Nações Unidas, que mede a qualidade do ar no mundo todo, todas as cidades da região tiveram classificação insalubre nesta segunda-feira (9). Durante a manhã desta segunda-feira, a Capital paulista chegou a ser considerada a metrópole mais poluída do mundo pela entidade – à frente de Lahore, no Paquistão, e Jacarta, na Indonésia – em ranking no qual são consideradas 120 das maiores cidades do planeta.
Ainda segundo os dados da IQAir, porém, cidades do Grande ABC chegaram a ter níveis piores ou iguais aos de São Paulo ao longo do dia. À tarde, São Bernardo ultrapassou o índice da Capital (160 pontos), ao bater nível 164. Em seguida, estavam Mauá (160), Diadema (155), Santo André (154), São Caetano (154), Ribeirão Pires (153) e Rio Grande da Serra (153).
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) também divulgou nesta segunda alerta laranja de perigo para 12 estados brasileiros e o Distrito Federal. A notificação é válida até quinta-feira (11) pela baixa umidade.
O Diário noticiou em 21 de agosto que a qualidade do ar no Grande ABC se aproximava da classificação ruim feita pela medição diária da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
Na ocasião, as estações de medição em Santo André, Diadema e Mauá estavam no nível moderado, enquanto a de São Bernardo definia-se como ruim. Já no boletim emitido nesta segunda às 16h, São Bernardo e Mauá apontavam ar ruim, e Diadema e Santo André estavam classificados como qualidade moderada. Nesse cenário, a companhia afirma que é possível observar o aumento de sintomas respiratórios na população em geral.
A situação tem se agravado com as queimadas e a falta de chuvas. No Grande ABC, moradores puderam observar o sol alaranjado, indicador do acúmulo de partículas de poluição atmosférica, calor e fuligem.
Andre Nathan, pneumologista do Hospital Sírio-Libanês, afirma que a baixa umidade pode ressecar as mucosas das vias respiratórias, como o nariz e a garganta, o que facilita a entrada de partículas de fumaça e fuligem.
“Isso aumenta o risco de inflamação nos pulmões, podendo causar bronquite aguda, tosse, falta de ar, cansaço e chiado no peito. Também pode tornar as vias respiratórias mais suscetíveis a infecções como pneumonia e sinusite, devido à diminuição da proteção natural dessas mucosas. Fazer atividades físicas em ambientes poluídos ou sem a hidratação adequada pode piorar o quadro”, detalha. “O uso insuficiente de soluções hidratantes, como soro fisiológico para o nariz e os olhos, e a falta de pausas para hidratação em trabalhos que exigem esforço físico contribuem para o agravamento da saúde respiratória.”
O uso de máscara do tipo N95 pode ser uma alternativa para não inalar a poluição. A prática de atividades ao ar livre deve ser evitada entre 10h e 16h, já que a umidade costuma ser menor nesse período. Mesmo dentro de casa, Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista e especialista em alergias respiratórias, explica que esses meses de tempo seco exigem cuidados extras. “É muito importante manter a casa ventilada e livre de poeira, por conta dos ácaros. Deixar as janelas abertas sempre que possível e reforçar a limpeza de objetos como tapetes, cortinas e bichos de pelúcia é essencial.”
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