Getúlio de Carvalho Filho afirmou nas redes sociais que negociou salário entre R$ 12 mil e R$ 13 mil para fortalecer campanha da deputada estadual
ouça este conteúdo
|
readme
|
Getúlio de Carvalho Filho, advogado e candidato a vereador de São Caetano pelo União Brasil, afirmou, em transmissão ao vivo em uma rede social, que o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), usou a estrutura administrativa da Prefeitura para negociar cargos em troca de apoio à reeleição da deputada estadual e primeira-dama são-bernardense, Carla Morando (PSDB).
Segundo o unionista, o encontro teria ocorrido no dia 24 de junho de 2022, às 18h40, na Avenida Barão de Mauá, em São Bernardo. Getúlio não divulgou o número, mas o Diário apurou que o clã Morando mantém um escritório político nesta via.
No vídeo, Carvalho destacou que se sentou “frente a frente” com o chefe do Executivo e participou de uma espécie de “sabatina, uma entrevista de emprego”. Na ocasião, Morando teria o indagado sobre o advogado o que poderia fazer para ajudar na campanha da Carla, reeleita meses depois.
Carvalho respondeu ser atuante nas redes sociais, com boa quantidade de visualizações, mas ressaltou que, nas ruas, não tem uma grande equipe para lhe ajudar. Destacou ainda sua formação acadêmica em Direito e três cursos pós-graduação.
Morando, segundo a transmissão feita pelo Instagram na quarta-feira, se interessou pela colaboração e ofereceu, em contrapartida, emprego para Carvalho Filho em algum departamento da Prefeitura. “Vou arrumar um emprego para você de R$ 12 mil a R$ 13 mil por mês”, disse. O advogado chega a dizer que aceitou a proposta de um “emprego na Prefeitura de São Bernardo até dezembro (deste ano)”. O acordo teria início após o período eleitoral de 2022.
O encontro, para tratar exclusivamente de assuntos políticos-eleitorais, foi articulado pelo ex-vereador de São Caetano Fabio Palacio, hoje candidato a prefeito pelo Podemos.
A proposta, segundo o unionista, foi selada com um aperto de mãos entre ele e Morando. Chama atenção, no entanto, que, nas redes sociais, o advogado e candidato se posicione “contra o sistema”, mas estaria negociando cargos.
EXTORSÃO
A história, da ‘promessa’ de emprego em troca de apoio à candidatura de Carla Morando ganhou um novo capítulo no dia 12 de agosto.
Palacio, suposto interlocutor da conversa, procurou o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), divisão da Polícia Civil, em São Bernardo, para registrar notícia-crime contra Getúlio de Carvalho Filho por extorsão. Segundo ele, o advogado e ex-aliado político teria criado uma “construção mental e fantasiosa” de algum valor supostamente devido a ele e, por isso, estaria sendo incisivo nas cobranças.
O advogado comentou na rede social que, no encontro com Morando, Palacio foi avalista. “Sou fiador desse acordo”, teria dito o prefeiturável de São Caetano, segundo Carvalho Filho. “Cadê a extorsão?”, questiona o unionista, ao explicar que fiador, segundo as leis, é quem paga quando o titular da dívida não quita o débito - no caso Morando, que não o contratou para trabalhar.
A Prefeitura de São Bernardo e o clã Morando foram procurados para comentar, mas não se manifestaram até o fechamento desta edição. Getúlio Carvalho Filho, em 21 de agosto, ao ser instado a se manifestar sobre série de processos judiciais contra ele, afirmou que não daria novas declarações ao Diário, pedindo para que não lhe incomodasse mais.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.