Seis camicases talibãs atacaram nesta terça-feira a base militar da Otan em Kandahar, uma das duas mais importantes do Afeganistão, ferindo um soldado e dois civis, informaram as autoridades locais e a Otan. "Seis camicases usando coletes com explosivos se aproximaram da base militar de Kandahar em um trator", declarou o general Gordon Moulds, comandante da base. Segundo o militar, o trator atolou na lama, obrigando os talibãs a detonar os explosivos antes de se aproximarem da base militar a pé. "Eles dispararam dois foguetes no aeroporto" da base, destacou. Segundo Zalmai Ayobi, porta-voz do governo de Kandahar, dois camicases acionaram os explosivos que transportavam perto de uma entrada da base para permitir que outros quatro insurgentes invadissem o lugar. Todos os talibãs foram mortos durante o confronto. Dois civis e um soldado da Otan ficaram feridos pelos disparos de foguete que antecederam a investida dos camicases, segundo Ayobi e o general Moulds. O comando da Otan em Cabul considerou, por sua vez, que este foi um "ataque frustrado", já que os assaltantes não conseguiram penetrar no interior da base. Um porta-voz regular dos talibãs, Yousuf Ahmadi, reivindicou o ataque numa ligação à AFP. Helicópteros voavam em baixa altitude acima da base e a entrada principal do acampamento foi fechada. A base militar tem um imenso aeroporto militar. Mais de 20 mil pessoas, civis e militares, vivem lá. Está localizada na periferia de Kandahar, a terceira maior cidade do país e berço do movimento talibã, onde as forças internacionais lançaram uma grande operação. Em 4 junho passado, a base foi alvo de disparos de foguetes que deixaram várias pessoas com ferimentos leves. Os talibãs igualmente dispararam foguetes contra a base no dia 22 de maio. Vários militares da Otan e trabalhadores civis ficaram feridos. O movimento talibã prometeu em maio lançar uma série de operações de "jihad" -- ataques, atentados e assassinatos - visando às forças da Otan e os estrangeiros presentes no país. Ao mesmo tempo em que o presidente afegão, Hamid Karzai, tenta iniciar um diálogo com os insurgentes, o Conselho de Segurança da ONU quer retirar dez nomes talibãs e 35 membros e entidades ligadas à rede Al-Qaeda da "lista negra" dos terroristas. A lista foi estabelecida em virtude da resolução 1267 da ONU adotada em 1999. As pessoas que estão nela são sujeitas ao congelamento de direitos, proibições de viagem e embargo de armas. Os 15 membros do Conselho de Segurança devem aprovar cada pedido de exclusão da lista por unanimidade para que a decisão seja efetiva.
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