Espaço para tênis, em área recém-inaugurada, tem taxas, entre R$ 100 a R$ 120, por hora que devem ser depositadas em um fundo do esporte
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A Prefeitura de São Caetano está cobrando para que a população utilize as quadras de tênis do Parque Elis Regina, inaugurado no último dia 18, em área de 16 mil m² no bairro Cerâmica. O empreendimento esportivo recebeu investimento público de R$ 14,9 milhões, sendo R$ 10 milhões provenientes de convênio com o governo do Estado, em articulação do deputado estadual Thiago Auricchio (PL), filho do prefeito José Auricchio Júnior (PSD).
O acesso ao parque é gratuito. Porém, cartazes colocados no setor administrativo indicam privilégios para quem paga. Taxas entre R$ 100 a R$ 120 por hora são cobradas de acordo com o período escolhido, vespertino ou noturno. Os valores, no entanto, não são recolhidos na secretaria e devem ser depositados em um fundo do esporte.
Placas nas entradas das quadras informam sobre regras para o rodízio de esportistas e de condutas para que todos os interessados possam usufruir dos espaços – no “período de livre utilização”, que não são mencionados nos avisos.
A cobrança tem gerado indignação entre os frequentadores do parque e também provocou debates acalorados na sessão desta terça-feira da Câmara. O vereador oposicionista Edison Parra (Podemos) lembrou que Auricchio destruiu o tradicional Clube Esportivo e Recreativo Pedro Furlan, conhecido por Tamoyo, para levantar o Elis Regina.
“O prefeito tem uma marca, a de não gostar do esporte. Ele toma atitudes por interesses, para agradar alguns”, criticou Parra, da tribuna. O vereador citou ainda o “desmonte dos clubes públicos da cidade e a destruição de 13 piscinas”.
Parra classificou as cobranças de atitude aristocrática de Auricchio. “As quadras públicas são para incentivar a prática esportiva e ajudar a população a ter contato com outras modalidades, como o tênis, um esporte caro e de elite.”
Líder do governo na Câmara, o vereador Gilberto Costa (Progressitas) rebateu Parra, afirmando que a cobrança por uso de espaços públicos em São Caetano se tratar de “prática corriqueira.”
Rodnei Claudio Alexandre, o Professor Rodnei (PSD), explicou sobre o depósito ao fundo do esporte. “Existe um decreto que (diz por que) é cobrada uma taxa municipal para serem utilizados os espaços públicos, para se (permitir) ter atividade em conjunto. Por exemplo, se eu quero jogar junto com o Beto (Vidoski – vereador do PRD), sábado de manhã, das 8h às 10h, eu vou e pago a taxa. Nada mais justo. Tem horário livre para que todos possam utilizar. É assim no tênis, no futsal, enfim, dessa maneira”, disse o governista.
Gilberto Costa, que foi secretário de Esporte entre 2011 e 2012, disse que as críticas vêm de quem não conhece os parques municipais. “Como eu visito, como eu sempre frequentei, sei como funciona”, declarou . “Na narrativa de não visitar os clubes ele comete esses equívocos, é natural”, alfinetou o líder do governo.
OUTRO LADO
Procurada pelo Diário para se posicionar sobre o assunto, a gestão Auricchio não se manifestou até o fechamento desta edição, às 23h desta terça. Na solenidade de inauguração, o prefeito mencionou a infraestrutura do local, mas omitiu qualquer informação sobre cobrança de taxas. “Este parque tem como grande diferencial as duas quadras de tênis de saibro, que têm a função social de atender alunos do PEC (Programa Esportivo Comunitário) e também os moradores que queiram praticar o esporte”, declarou.
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